Área: 20.04 Km²
População fonte IBGE: 7.580 hab. Censo 2010
Quantidade de logradouros: 28
Pesquisa: José Ademir / Texto: Jornalista Jair Barbosa Pimentel
A terra onde nasceu o marechal Floriano
Lugar paradisíaco, com o verde predominando por todos os lados, uma igreja secular, praia bela, casas de pescadores, gente simples nas calçadas e uma historia ricas em detalhes que se inicia no século XVIII. Assim é Ipioca, o bairro-distrito de MACEIÓ, que é conhecido em todo país, como a terra onde nasceu o Marechal Floriano Peixoto, o segundo presidente da República.
Terra rica em cal, fornecia esse produto para varias partes do Estado, até que a retirada já provocava erosão, e o governo proibiu a exploração. O bairro ficou dependendo só exclusivamente do coco e da pesca. Antes, muitos moradores trabalhavam na fábrica de tecidos de Saúde, desativada a cerca de 10 anos. Mas Ipioca cresceu em sua beira-mar, com a construção de casa de veraneio.
A parte alta, continua intacta, com suas casas antigas, a Igreja de Nossa Senhora do Ó, a praça com o busto do seu filho ilustre, Floriano Peixoto, o marco edificado no local, onde ele nasceu e o bonito visual da praia
Os mais antigos lembram que durante a Invasão Holandesa, Ipioca ficou como centro de observação, por estar situada num ponto estratégico, com vista panorâmica para o mar. A Igreja, originou-se de um forte, construído pelos portugueses. Foi aproveitado toda a estrutura, e o túnel que eles construíram desapareceu. Ipioca tem seu dia-a-dia como uma cidade de interior. Personagens como a parteira Joana dos Santos, que continua atuando; o vendedor de frutas Jones Gomes; o tirador de coco, Paulo Francisco e Edésio Pereira, dono do cartório. Todos vivem numa comunidade tranqüila, com a brisa do mar soprando dia e noite.
A lenda do santo caminhante
Os católicos de Ipioca contam como se fosse verdade, a historia da imagem de Santo Antonio que caminhava entre a Igreja de Nossa Senhora do Ó e a capela do Engenho Velho. São detalhes que entusiasmam os mais devotos, como dona Maria de Albuquerque, que fala com entusiasmo do santo e de Nossa Senhora. Em dia de procissão os fiéis carregam a imagem dos dois. A própria historia da Igreja Secular, também é uma lenda, mas contada como se fosse verdadeira. Dizem que sua construção deve-se a uma promessa feita pelos portugueses, que, devotos de Nossa Senhora do Ó, se perderam no mar, e foram salvos. Ao chegarem em terra firme, construíram a Igreja no alto do local que depois virou o povoado de Ipioca. Dona Maria Albuquerque, também fala do túnel que havia entre a Igreja e o rio Lancha. Nesse rio, Santo Antonio navegava entre o Engenho Velho e o povoado. Ele ficava na capela do engenho, que foi derrubada. A imagem terminou na Igreja de Nossa Senhora do Ó. Mas, segundo a lenda, ele sempre voltava para o antigo lugar. As duas imagens terminaram na mesma igreja.
Na falta de maternidade, dona Joana faz o parto
Ela já perdeu a conta de quantos partos já realizou. Aos 68 anos, dona Joana dos Santos, analfabeta, lavadeira e pescadora, é a parteira de Ipioca, que não possui maternidade. Faz o parto e geralmente da o nome a criança, que sempre cresce chamando-a de madrinha. Sempre tem gente batendo a sua porta a qualquer hora. E sempre acontece de ser pela madrugada. Dona Joana confessa que não tem inveja de medico. Desde adolescente que é parteira, ainda quando morava em São Luiz do Quitunde.
Ao chegar em Ipioca, a cerca de 40 anos, continuou no seu ofício, chegando a salvar muitas mães e crianças. Até partos complicados, que se fosse numa maternidade, terminaria numa operação cesariana, ela consegue reverter, e fazer normal. Seus equipamentos são tesouras e luvas. Lava a tesoura com álcool, e cai em campo. Faz partos tanto no bairro como nos sítios e fazendas da redondeza. Sua experiência chama a atenção de muita gente, inclusive estudantes de medicina e enfermagem, que chegam a pedir-lhe para ensinar-lhes como se faz um parto tão rudimentar e rápido, sempre com sucesso absoluto. Costuma colocar nomes nas crianças. Geralmente é nome de santo. Quando nasce com o cordão umbelical todo contornando o corpo, se for homem tem de se chamar José, e se for mulher, Maria. Mas se nasce do dia de Santo Antonio, vai se chamar Antonio.
Nos botecos e nas calçadas o dia-a-dia dos moradores
Quem chega a Ipioca, em sua parte principal e mais antiga, imagina-se numa típica cidade do interior alagoano, com gente simples nas calçadas, “jogando conversa fora” e os boêmios, nos botecos, tomando sua pinga com caju ou a cerveja gelada. Em noite de lua cheia, um espetáculo de natureza, com o mar lá embaixo e os coqueirais. Do alto os moradores avistam as mansões a beira-mar e o intenso movimento de veículos da AL-101 Norte em demanda a Paripueira e outras cidades, até a fronteira com Pernambuco. Os moradores sabem que foi ali que nasceu Floriano Peixoto. As crianças aprendem nas duas escolas públicas do distrito, que o ilustre conterrâneo, foi o segundo presidente da República, e era conhecido como “marechal de ferro”. Em dia de festa da padroeira, todos saem em procissão, fazem a festa na praça, com parque de diversões, rezam a novena na igreja e pagam suas promessas a Nossa Senhora do Ó. Todo o ritual é seguido a mais de um século, e sempre com a mesma devoção. Os organizadores se desdobram no trabalho, mas tudo sai como “manda o figurino”. Sem opção de trabalho fixo, os moradores sobrevivem pescando, tirando coco ou vendendo frutas na beira da estrada. O comércio é restrito a poucas mercearias, duas padarias e alguns botecos, onde a pinga faz esquecer por alguns momentos o sofrimento do dia-a-dia.
Publicado em O JORNAL, Maceió, domingo, 29 de dezembro de 1996.
Sauaçuhy - Rio e mar contrastam um dos mais belos cenários de Alagoas
Fonte: Primeira Edição
A praia de Sauaçuhy é de fato um verdadeiro paraíso. Cercada por dois belos rios, Sauaçuhy e Ipioca, o local apresenta piscinas naturais com águas claras e mornas, amplo espaço entre os manguezais e o oceano maleável, possibilitando o lazer em grande escala além de outros atrativos criados pela natureza.
Turistas de todas as partes fazem escala em Sauaçuhy independente da estação e dia da semana. Próximo ao deságüe do rio Sauaçuhy, o cartão-postal exibe o banho em suas águas transparentes e frias além das piscinas naturais construídas na maré baixa.
A praia por ser ampla viabiliza o lazer em diversos modos, próximo aos manguezais, além da pesca entre o verde exuberante. Na maré baixa, banhistas tomam proveito do espaço físico para se divertir de todas as formas.
Um dos grandes destaques de Sauaçuhy além de belas paisagens é o D’ Natureza Hotel Resort à beira-mar, disponibilizando serviços com altíssimo padrão de qualidade.
Seu oceano esverdeado é um forte atrativo para o banho e a prática de esportes aquáticos. No deságüe do rio Ipioca, novas piscinas naturais surgem na maré baixa criando mais opções de lazer associadas às paisagens.
O majestoso rio Ipioca exibe seus manguezais assim como o rio Sauaçui, abrilhantando ainda mais as belezas naturais da região.
Sauaçuhy encanta em todos os aspectos, quem busca lazer e conforto pertinho de Maceió, não pode deixar de visitar seus manguezais, rios, mar esverdeado e todos encantos criados pela natureza em um dos ambientes mais privilegiados de Alagoas.
IPIOCA
Centro de observação do passado.
No alto onde tudo esta intacto
(os casarios antigos e as igrejinhas)
onde guardam a lenda do santo caminhante.
Terra roxa – Ipioca -
benço de Floriano Peixoto
(onde viveu boa parte da vida).
Bairro com o ar de cidade do interior.
Lá embaixo o mar e os coqueirais,
deixam a mostra o lugar paradisíaco
onde a natureza faz um estardalhaço.
Lá embaixo na beira da estrada,
moradores sobrevivem,
da venda de pescados e frutas.
- Ari Lins Pedrosa-
06/02/2009 - IPIOCA - é destaque em reportagem da ESPN
"Uma cidade que não tem memória é uma cidade sem alma. E a alma das cidades é sua própria razão de ser. É sua poesia, é seu encanto, é seu acervo. Quem nasce, quem mora, quem adota uma cidade para viver, precisa de história, das referências, dos recantos da cidade, para manter sua própria identidade, para afirmar sua individualidade, para fixar sua municipalidade." Extraído do livro Maceió 180 anos de história 5 de dezembro de 1995.