Área: 1.01 Km²
População fonte IBGE: 4.789 hab. Censo 2010
Quantidade de logradouros: 21
Região Administrativa: 3
Crédito fotos: www.gazetaweb.com / Ademir Brandão
Mapa do bairro para download: Clique aqui
Pesquisa: José Ademir Texto: Jornalista Jair Barbosa Pimentel
“Nas noites de serestas, a Pitanguinha vai à lua”
Bairro típico, que mais parece uma cidade tranqüila de interior, com um povo hospitaleiro, festeiro e organizado. Tudo limpo, arborizado, a pracinha, a Igreja, gente simples nas calçadas, e nas noites de lua cheia, a serenata atravessando a madrugada, embalando os sonhadores, com músicas românticas. No carnaval o povo vibra com o “Pitanguinha Vai à Lua”, bloco organizado pelos moradores que marcou os velhos carnavais de Maceió.Assim é Pitanguinha, um bairro que abriga gente pobre e rica, num ambiente de cordialidade e união. Um avançado projeto de reciclagem de lixo doméstico, é exemplo já citado na imprensa. A Igreja de Nossa Senhora das Graças e o abnegado do monsenhor João Leite propaga a fé católica de um povo bom, honesto e trabalhador, que cresce amando o próximo.
Desde que começou a povoar-se, o bairro da Pitanguinha sempre foi motivo de orgulho para seus primeiros moradores. A tranqüilidade do planalto, com o verde por todos os lados, as pitangueiras, os coqueirais e o riacho em sua parte baixa, proporcionava um aspecto de sitio, que durou por muitos anos, até o progresso chegar.
Mas é lá que vive ainda o tenente Antonio Gonçalves de Melo, que, do alto dos seus 90 anos de idade, esbanja saúde e força de vontade para trabalhar, mantendo até hoje a sua Fazenda Santo Antônio, criando gado, plantando lavouras de subsistência e usufruindo de uma vida rural em plena capital, bem próxima à avenida mais movimentada de Maceió: a Fernandes Lima.
O Pintanguinha Vai à Lua nunca mais desfilou no carnaval, por falta de verba. Mas a seresta, organizada pelos moradores festeiros do bairro, sempre é realizada uma vez por mês, aproveitando-se a lua cheia. São autênticos violonistas e tocadores de cavaquinho que percorrem as ruas, sempre acompanhados de improvisados cantores, entre velhos e jovens, que garantem manter esse ritual por muito tempo ainda, passando de pais para filhos.
A Casa é Sua – a Matriz Nossa Senhora das Graças
Há dois anos, um grupo de moradores do bairro da Pitanguinha pensou em animar as noites, em estilo romântico. Quem sabia tocar violão ou cavaquinho e cantar, podia se apresentar, que a partir dali, uma vez por mês, sairia uma seresta pelas ruas, varando a madrugada em noite de lua. A idéia foi amadurecendo, deu certo e até hoje os seresteiros e poetas são marcas registradas desse bairro que cresceu, modernizou-se, mas nunca deixou o romantismo de lado. Dona Alda Quintela, criadora do projeto Pitanguinha Minha Vida, é também seresteira. O grupo sai da porta do Posto e Saúde e vai juntando gente, até ninguém agüentar mais cantar e tocar violão. Já houve ocasião em que amanheceram o dia. Ari Lins Pedrosa, morador do bairro, é poeta dos bons. É de sua autoria a poesia “A Pitanguinha”, relatando a paisagem do bairro. Na outra ponta do gosto literário dos moradores da Pitanguinha, encontra-se Dona Edite Camelo, com suas marchinhas de carnaval, preparadas para o desfile do bloco carnavalesco do bairro habitado por um povo festeiro por natureza, que gosta de se divertir de noite de lua e da boa musica popular brasileira e da poesia.
Uma fazenda em meio ao burburinho da cidade grande, onde se cria gado, muitos coqueiros, horta e tudo que se tem direito na zona rural. Assim é a Fazenda Santo Antônio, do tenente Antonio Gonçalves de Mello, um pernambucano de bom conselho, que chegou a Maceió ainda menino, criou raízes e hoje, aos 90 anos, ainda esbanja saúde e é excelente arquivo da historia política e economia de Alagoas."Uma cidade que não tem memória é uma cidade sem alma. E a alma das cidades é sua própria razão de ser. É sua poesia, é seu encanto, é seu acervo. Quem nasce, quem mora, quem adota uma cidade para viver, precisa de história, das referências, dos recantos da cidade, para manter sua própria identidade, para afirmar sua individualidade, para fixar sua municipalidade." Extraído do livro Maceió 180 anos de história 5 de dezembro de 1995.