Ponta Grossa

Informações

Área: 1.28 Km²

População fonte IBGE: 21.796 hab. Censo 2010

Quantidade de logradouros: 81

Região Administrativa: 2

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História

Pesquisa e Texto: Jornalista Jair Barbosa Pimentel     

BAIRRO SURGIU DE UM ARREBALDE DE PESCADORES E REDUTO DE FESTEIROS

O carnaval e os festejos juninos são comemorados intensamente pelos moradores

         Surgindo da imaginação festeira de foliões e forrozeiros, o bairro de Ponta Grossa, próxima ao Centro de Maceió, continua preservando sua tradição de reduto do mais popular  carnaval de rua e das mais  animais festas juninas. Seus moradores são alegres, e esquecem a crise durante os dias de festa.

         Com mais de 30 mil habitantes distribuídos em dezenas de rua, vielas e praça, Ponta Grossa  o bairro do saudoso “Moleque Namorador”, um alagoano de São Luiz do Quitunde, famoso carnavalesco, que animava o carnaval do bairro ao som do autêntico frevo pernambucano. Morreu na década de 1940, mas seu nome está imortalizando numa praça, que se tornou o quartel general do frevo popular de Maceió. 

        Os moradores de Ponta Grossa fazem questão de enfeitar suas ruas durante o carnaval e o São João, mesmo quando não recebem qualquer contribuição financeira da prefeitura. Todos se unem num só espírito festeiro, e não deixam a tradição morrer. 

        Nos primeiros anos do atual século, Ponta Grossa não passava de um arrebalde habitado por pescadores da Lagoa de Mundaú. As ruas foram surgindo com a saída dos moradores da Levada e do Centro, que se transformaram em bairros comerciais. O bairro foi crescendo e hoje se constitui num dos mais importantes da capital. Limita-se com o Prado, Levada, Vergel e Coréia. Perto do Centro, seus moradores pouco utilizam o ônibus. Vão ao mercado da produção e ao Centro a pé. Dispõe de colégios, como Èlio Lemos, o maior da rede cenecista; grupos escolares, como o tradicional 7 de Setembro e outros serviços básicos necessários à população.

          Moleque namorador, símbolo de animação      
  

 
O carnaval mais popular de Maceió é na Praça Moleque Namorador, no bairro de Ponta Grossa, reduto dos mais autênticos foliões, que seguem a tradição do patrono da praça, como passista vencedor de vários concursos, morto de tuberculose em 1949, mas com seu nome imortilizado no principal centro festeiro do bairro.
      O Moleque Namorador era o apelido de armando Veríssimo Ribeiro, alagoano de são Luiz do Quitunde, que morava na Rua Xavier de Brito, no Prado, mas animava os carnavais de Ponta Grossa, exatamente no largo que deu origem a praça. Era um jornaleiro muito conhecido na cidade nas décadas de 30 e 40, sempre de bom humor e um verdadeiro folião.
      Os moradores continuaram preservando alegria do Moleque Namorador e, fazem o melhor carnaval de rua de Maceió. A praça foi erguida nos anos 60 e tem placa e uma escultura de um passista lembrando seu patrono.     
 
       Políticos, carnavalesco e santos são nomes de ruas

       

As ruas de Ponta Grossa têm nome de políticos, empresários, estudantes e carnavalescos e até de um “santo”, o “Menino Petrúcio”, que morreu prematuramente e tem fama de milagreiro, com seu túmulo no Cemitério de São José sendo visitado a todos os dias pelos devotos. 
Segundo o historiador Félix Lima Júnior, em seu livro “Memória de minha Rua”, a Praça Menino Petrúcio construída na administração do prefeito Sandoval Caju, é uma homenagem a um menino simples, de família pobre, que sempre foi considerado uma “alma boa” e morreu ainda criança começando a fazer alguns milagres.

A avenida Silvestre Péricles, mais conhecida como Rua Formosa, e a mais longa do bairro, partindo das proximidades do Vergel do Lago e chegando á Levada, já bem próxima ao Centro. A homenagem é a um dos governadores mais famosos de Alagoas. Tem ainda a Rua Demócrito Gracindo, Félix Bandeira, Manoel Lourenço e várias com nomes de santos. Mas os nomes originais, sempre são lembrados pelos moradores, como Rua dos Timbiras, outra de grande extensão

  

 

Laser e fé: Prédio do cine lux é hoje um reduto dos evangélicos

Com a ascensão da televisão, os bairros de Maceió foram perdendo seus cinemas, que sempre se constituíram em locais de lazer para os fins de semana. Assim aconteceu na Ponta Grossa, que viu desaparecer o Cine Lux , hoje ocupado por uma igreja evangélica. Era o mais espaçoso cinema da capital e freqüentado por gente que chegava de vários bairros para assistir aos mais recentes filmes da época. 

       Para os saudosistas, não se pode esquecer o lux. Por lá, casais apaixonados assistiam candelabro italiano, Dio come ti amo, Lovy story, a Noviça Rebelde e tantos outros sucessos do cinema. O lux foi fundado pela família Miranda na década de 60. Quem hoje passa por aquele local, lembra com saudades dos momentos de lazer passados no lux. As matinês dos sábados e domingos; a paquera; o namoro e, tantos casamentos que surgiram a partir de um encontro naquele cinema. As novelas da TV acabaram com o Lux, o Rex e outros cinemas da capital e, mais precisamente das cidades do interior.

 

Moradores fazem questão de manter nomes típicos

      Apesar da mudança de nomes, os moradores de Ponta Grossa nunca deixam de chamar “rua da Assembléia”, “Rua da Soledade”, “Rua dos timbiras”, “Rua Formosa” e tantas outras. Todas já são pavimentadas, mas seus moradores ainda conservam o velho hábito de se reunir nas calçadas “jogando conversa fora”. Os nomes foram trocados por homenagens de vereadores, que nunca procuraram ouvir seus moradores.

       A Rua da Soledade, tem na placa, o nome de Baltazar de Mendonça, um Pernambucano, que morou alguns anos em Maceió, chegando a ser deputado estadual, mas que prestou nenhum benefício ao bairro. Seus moradores continuam chamando “Rua da Soledade”. A Rua dos Timbiras é Virgílio Guedes, advogado que viveu em Maceió os anos 20 e 30, que também nunca residindo na Ponta Grossa.

       Quem não conhece as ruas e travessas do bairro chega a se perder, com a deficiência de sinalização. O ponto principal de referência é a rua formosa “Avenida Silvestre Péricles de Góes Monteiro, justa homenagem do povo a um dos mais famosos políticos de Alagoas”.      

                               Colégio Elio Lemos é o orgulho do bairro

         Os moradores de Ponta Grossa sempre tiveram ao alcance escolas de 1º e 2º graus. O grupo Escolar 7 de setembro, é o mais antigo do bairro, por onde já passaram muita gerações. O colégio Èlio Lemos, mantido pela Campanha Nacional de Escolas da Comunidade (Cnec) funciona há mais de 30 anos, e dispõe de cursos pedagógico e científico.

        Na década de 60, o Èlio Lemos era tido como um dos melhores colégios de Maceió. Por lá passavam adolescentes de classe média que residiam na Ponta Grossa, Prado, Levado e Centro. Dispunha de uma boa equipe de professores e preparava os alunos para o vestibular. Hoje, vem conseguido retomar sua posição, com um bem estruturado curso científico.

       O nome Èlio Lemos é uma homenagem da Cnec ao estudante Èlio de Lemos França, que morreu afogado na Cachoeira de Paulo Afonso, numa excursão de estudantes de Maceió. Dirigiu por alguns anos a revista “Mocidade”, além de uma peça teatral: “Noites da Lagoa”.

 Publicado em O JORNAL, Maceió, domingo, 9 de junho de 1996.


Limite oficial do bairro: Lei municipal 4.952 de 06 de janeiro de 2000
Ponto inicial e final:  Encontro da Rua 24 e fevereiro com Rua Dr, Virgilio Guedes

Descrição do perímetro:
Do ponto inicial segue pela Rua Virgílio Guedes até a margem da Lagoa Mundaú. Segue por esta até encontrar o prolongamento da Avenida General Mário Lima. Continua por esta até a Travessa José Cavalcante. Segue pela mesma até a Rua Marquês do Pombal. Daí, até a Rua Cabo Reis. Segue por esta, prolongando-a até a margem da Lagoa Mundaú. Segue pela referida margem até encontrar o prolongamento da Rua Manoel Loureiro. Segue pela Rua Manoel Loureiro até a Rua Santo António. Em seguida, segue pela Rua 24 de Fevereiro. Continua por esta até o ponto inicial, no cruzamento desta com a Rua Dr. Virgílio Guedes.

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Curiosidade

Treze vezes vencedor do prêmio Notáveis da Cultura Alagoana - Prêmio ESPIA.

"Uma cidade que não tem memória é uma cidade sem alma. E a alma das cidades é sua própria razão de ser. É sua poesia, é seu encanto, é seu acervo. Quem nasce, quem mora, quem adota uma cidade para viver, precisa de história, das referências, dos recantos da cidade, para manter sua própria identidade, para afirmar sua individualidade, para fixar sua municipalidade." Extraído do livro Maceió 180 anos de história 5 de dezembro de 1995.

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