Vergel do Lago

Informações

Área: 1,7 Km2

População fonte IBGE: 31.538 hab. IBGE Censo de 2010

Quantidade de logradouros: 68

Região Administrativa: 2

Crédito fotos: Secom Maceió

Mapa do bairro para download: Clique aqui

História

 

 Pesquisa e Texto: Jornalista Jair Barbosa Pimentel

Origem do bairro é de um pomar às margens da Lagoa Mundaú

Com uma população estimada em mais de 60 mil habitantes, o bairro do vergel é um dos mais antigo de Maceió, que surgiu de um imenso sítio de fruteiras as margens da lagoa mundaú, habitado no início por grandes proprietários e pescadores. Hoje, tem ruas pavimentadas, um comércio em franca ascensão e uma avenida urbanizada, margeando a lagoa, conhecida como "Dique Estrada" ou "Pajuçara II", numa alusão a praia de Pajuçara, o "cartão postal" da capital alagoana.
O nome vergel, segundo o dicionário Aurélio Buarque de Holanda, significa, pomar ou jardim. Assim, surgiu o bairro, de um pomar, onde eram cultivadas várias frutas típicas da região. Um dos fundadores foi Félix Bandeira, rico latifundiário, que detinha toda a extensão do atual bairro, seguindo até ponta grossa. Hoje, é nome de rua ligando os dois bairros.
O Vergel do Lago se limita ao norte e oeste com Ponta Grossa e, a leste, com a Coréia e Trapiche da Barra. Suas ruas são estreitas, com casas conjugadas. A principal Avenida é a Monte Castelo, que parte da praça Santa Tereza , na Ponta Grossa, indo até as margens da lagoa. Tem ainda praças, como a do Padre Cícero, a Virgem dos Pobres e o Papódromo, um espaço que foi utilizado pelo papa João Paulo II, quando de sua visita à Maceió, e que se transformou num novo local de lazer para população. 
Os moradores mais antigos lembram dos invernos rigorosos, quando o bairro ficava praticamente intransitável, com suas ruas transformadas em verdadeiros rios, sem pavimentação e redes de esgotos, hoje, a maioria é pavimentada. Os moradores continuam preservando a tradição de comemorar o São João, o Natal, o carnaval e outras festas populares.

 

Conjuntos triplicam a população do bairro

 


A população do Vergel do Lago triplicou nos últimos anos com a construção dos conjuntos residenciais Virgem dos Pobres e Joaquim Leão. São centenas de casas em alvenaria de tijolos e telhas, boas partes já ampliadas, que surgiram para acabar com as favelas a margem da lagoa. Mas pouco tempo depois, os novos casebres foram surgindo, descaracterizando a urbanização do Dique Estrada.
Entre os dois conjuntos foi construído um canal para escoamento das águas até a lagoa, acabando com o problema de enchentes que desabrigavam os moradores do bairro. Na principal avenida que contorna o bairro, margeando a lagoa, conhecida como pajuçara II, os moradores se reúnem nos fins de semana nas diversas barracas padronizadas.
Antes da urbanização da orla lagunar, o bairro era mais conhecido porque sediava o famoso Bar das Ostras, as margem da lagoa. Seus moradores costumam utilizar a lagoa como sustento, tirando de suas água peixe e moluscos. Mas reclamam muito da poluição, que aumenta a cada ano, gerada pelos despejos de indústrias.

 


Orla lagunar pode se transformar em um novo "point" da juventude


Não fosse a favela que surgiu às margens da lagoa mundaú, a avenida conhecida Dique Estrada, já urbanizada e com completa infra-estrutura de lazer, com suas barracas-bares padronizada e de boa iluminação, poderia se transformar em um local de moda para turista e a classe média, a exemplo da orla marítima. Beleza natural é o que não falta no local, proporcionada pela lagoa, principalmente em noite de lua cheia.
Por mais tente a prefeitura não consegue retirar os favelados. Quando constrói um conjunto habitacional, os casebres são destruídos, mas logo aparecem outros, com novos moradores, que constroem os barracos, praticamente dentro dágua, correndo risco de vida com as enchentes costumeiras do inverno.
O Dique Estrada é, para os turistas que passam pelo local, um dos mais bonitos de Maceió. Se a área fosse habitada pela classe média, seria um ponto de atração turística. Mas só mostram pobres e favelados, as próprias agências de viagem não incluem o local como ponto de atração turística.

Praça Padre Cícero é um dos principais pontos de lazer

A praça do padre Cícero é uns dos principais pontos de encontro do vergel do lago. Um movimentado comercia foi estalado, oferecendo varia opções aos moradores. É também ponto de encontro de políticos em seus comícios.
Com uma imagem do padre Cícero Rumão Batista em seu centro, praça é um ponto de atração religiosa. De lá partem caminhão de romeiros em demanda ao Juazeiro do Norte. Ceará. Boa parte dos moradores do vergel é devota do padre, que é considerado por muito um verdadeiro santo.
Nos fins de semana, alguns moradores fazem da praça um ponto de lazer. Nos seus bares e barracas tomam cerveja, e saboreiam os tira-gostos preparados com tempero bem típicos da região.

Tradição festeira do povo continua sendo preservada

 

 

O visitante que chega ao Vergel do Lago numa noite de sábado, vai encontrar seus moradores nas calçadas , ouvindo músicas ou nos bares sempre lotados, que servem cerveja gelada, a pinga e o tira-gosto principal: o sururu, tirado na própria lagoa que circunda o bairro.
Festeiro por natureza, o morador do Vergel esquece o pouco o sacrifício do dia-a-dia e entra pela madrugada. Na orla lagunar, é o que se pode chamar de "point". Lá, bares oferecem música ao vivo, e alguns possuem pistas de dança. 
Os tradicionais "xangôs" ainda fazem parte dos costumes dos moradores. São espalhados por várias ruas. Nas datas festivas, principalmente no dia de Iemanjá, o bairro se transforma numa grande festa popular. 
Nas décadas de 50 a 60, os moradores se reuniam na Sociedade dos amigos do Vergel (Savel), um autêntico clube de bairro, onde promovia animados bailes. Hoje, os pontos de encontros são os bares. O tempo passou, mas não acabou com o ar festivo do Vergel do Lago. 

Publicado em O JORNAL, domingo, 30 de julho de 1996.

 

 

 

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Curiosidade

Treze vezes vencedor do prêmio Notáveis da Cultura Alagoana - Prêmio ESPIA.

"Uma cidade que não tem memória é uma cidade sem alma. E a alma das cidades é sua própria razão de ser. É sua poesia, é seu encanto, é seu acervo. Quem nasce, quem mora, quem adota uma cidade para viver, precisa de história, das referências, dos recantos da cidade, para manter sua própria identidade, para afirmar sua individualidade, para fixar sua municipalidade." Extraído do livro Maceió 180 anos de história 5 de dezembro de 1995.

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