Já esta nas bancas o numero 2 da revista URUPEMA, uma revista de cultura alagoana, com um bom acabamento gráfico, linha editorial voltado para história, cinema, teatro, musica, poesia, fotografia etc.. destacando sempre nossa terra e nossa gente. Leia o EDITORIAL:
"Finalmente, o segundo número. Difícil chegar aqui. Não porque não quiséssemos ou porque não tivéssemos percebido interesse do leitor ou porque o anunciante não compareceu ou porque o artista, o pensador, o produtor cultural fossem indiferentes. Nada disso. O primeiro número desta Urupema, lançado em dezembro do ano passado, com patrocínio da Braskem e do governo do Estado, obteve excelente receptividade junto a todos esses setores. O problema é que, sendo ideia nova e ambiciosa, antes de tornar-se o veículo de Comunicação a que está destinada a ser, estruturado, bem equipado, dotado de profissionais do primeiro time -com o timing necessário para pensar a cultura e escrever sobre tendências, História, profecias e comportamentos (e Geografia, turismo, lazer)-, foi preciso entender bem os nossos objetivos, calcular os planos de voos, agüentar firme as intempéries da primeira largada, autodisciplinar-se.
A idéia é de que a Urupema está sendo construída. E sua base se instala sólida nos alicerces poderosos da cultura alagoana, aqui e agora, e ontem e de hoje para o amanhã. O pequeno se torna grande, o trivial, jornalístico, e a vida, a arte, o sucesso e o dinheiro comportam um universo que tanto faz se ele é provinciano ou pequeno ou limitado ou demasiadamente precário. Esta é a nossa vida, é a nossa cultura e o nosso Estado, o nosso passado e o nosso destino histórico. Não somos piores nem melhores do que ninguém. Quer dizer, somos melhores quando somos nós mesmos e não, meramente, um ser colonizado, como nos deixa transparecer, em via de regra, o jornalismo cultural à alagoana.
Não somos grandes só no passado ou lá fora -é o que nos ensina a cobertura pífia dos jornais diários, alheia ao trivial simples do caldeirão cultural. A cultura se faz no dia-a-dia, os artistas berrando e sangrando no palco... Por que a mídia forte (e rica) não cobre? Somos assim mesmo colonizados, temos algum tipo de medo, de prevenção contra as nossas impurezas e nossas fraquezas? Este, afinal, é o tema da discussão, levada a cabo nas Páginas Alagoanas por três pensadores da História, da estrutura social e antropológica e da Literatura e arte, digamos, caetés, Bruno César Cavalcante, Raquel Rocha e Francisco Oiticica Filho. Exemplos não faltam a nossa moderna grandeza: o cineasta Werner Salles, a banda Mopho, o diretor teatral Glauber Teixeira e o violeiro José de Souza são trunfos de uma batalha pessoal, apegada à ideia aguerrida de que a arte, em Maceió e em todo o Estado, embora a anos-luz de uma industrialização e daquele conforto que é o de se instalar como objeto cultural de consumo, tendo estado viva e latente, ela merece toda a atenção da mídia -para descobri-la, ou redescobri-la, até porque é o que temos, o que não é pouco, pois é, também, História e Arquitetura. Cabem aos jornais, a esta revista e demais veículos de Comunicação apresentá-la ao público.
Aí está, devorem-na. O editor"
"Uma cidade que não tem memória é uma cidade sem alma. E a alma das cidades é sua própria razão de ser. É sua poesia, é seu encanto, é seu acervo. Quem nasce, quem mora, quem adota uma cidade para viver, precisa de história, das referências, dos recantos da cidade, para manter sua própria identidade, para afirmar sua individualidade, para fixar sua municipalidade." Extraído do livro Maceió 180 anos de história 5 de dezembro de 1995.