Caderno 2

Por, Bairros de Maceió - 31/07/2008

Felix Baigon no projeto Misa Acustico

É praticamente impossível falar em música instrumental produzida em Alagoas sem esbarrar, diversas vezes, no nome do contrabaixista Félix Baigon. Nos últimos 30 anos, ele tem figurado como músico e produtor de vários artistas da terra, como Júnior Almeida, Leureny, Mácleim, Ricardo Mota, Irina Costa, Lucy Serralvo, Nara Cordeiro e Fernanda Guimarães. 

Nessa longa trajetória o lado compositor de Felix Baigon é o menos conhecido pelo público. E neste sabado ele se apresenta no projeto Misa Acúsico. Na definição do próprio artista, a apresentação “é o momento de revelar o resultado do processo de criação de muitos anos. É o divisor de águas do seu trabalho enquanto músico”.

O repertório confirma a intensão. São doze canções das décadas de 80, 90 e produções recentes. Um bom exemplo do rastreamento do percurso artístico é a música “Séo Hermeto”, nascida em 1982 entre o Festival Universitário de Música da Ufal e os ensaios do grupo Efeito Colateral, formado por Baigon, Nelson Braga, Júnior Almeida e Beto Batera.

Outra boa cria dos anos 80 é “Dona Marta” e faz referência ao tempo em que morou no Rio de Janeiro e, acostumado com a Maceió tranqüila, ficou impressionado com a guerra travada entre traficantes e policiais no morro que dá nome a música. Nesta composição, a primeira parte tem um clima de fuga e perseguição, seguida por um samba tipicamente carioca. 

Saudade da terra 

Na terra do Cristo Redentor nasceram muitas outras crias, no show ele oferece a sutileza e a nostalgia de “Praia de Botafogo”. A música nasceu na pensão onde o contrabaixista morava  e de lá podia avistar a Urca e o Pão de Açúcar. Foi nesse período que mergulhou fundo na profissionalização e fez parte de diversas orquestras e acompanhou artistas de peso como Jamelão, Nelson Gonçalves e Jorge Vercilo e OrquestraTabajara.

“Quando fiquei sozinho do Rio por uns tempos, amargava uma solidão de lascar. Chegava dos shows de madrugada e ficava olhando a paisagem e ouvindo os sons que só os madrugadores conhecem”, conta Baigon, que embalado pelo saudade compôs “Madrugada” (faixa que dá nome ao show) e “Galope” que o remetia aos rítmos nordestinos. 

Da safra mais recente ele apresenta “O Barraco tá no chão”, “Trilha do Mar”, “Queimadas” e “Telemissão” do compositor alagoano Macleim e que ganhou uma roupagem mais jazistica.
 
No show Baigon será acompanhado por outros notáveis da música instrumental produzida por aqui: Nailton Miranda (bateria), Jiuliano Gomes (piano), Ricardo Lopes (guitarra) e o convidado especial Everaldo Borges e seu impressionante sax.
 

Serviço
Projeto :
Misa Acústico
Show  : “Madrugada”, do músico Félix Baigon
Neste  sabado, dia 02, às 20h30
No :  Museu da  Imagem e do Som - Jaraguá
Preço: R$ 2,00  
 

Continue navegando...

Bairros de Maceíó © 2002-2020

Curiosidade

Treze vezes vencedor do prêmio Notáveis da Cultura Alagoana - Prêmio ESPIA.

"Uma cidade que não tem memória é uma cidade sem alma. E a alma das cidades é sua própria razão de ser. É sua poesia, é seu encanto, é seu acervo. Quem nasce, quem mora, quem adota uma cidade para viver, precisa de história, das referências, dos recantos da cidade, para manter sua própria identidade, para afirmar sua individualidade, para fixar sua municipalidade." Extraído do livro Maceió 180 anos de história 5 de dezembro de 1995.

Top