Cantora apresentará hits de Chico, Djavan e Adriana Calcanhoto
A cantora Elaine Kundera solta a voz nessa sexta-feira, no “Mandala Cultural”, o projeto que o restaurante e bar Mandala realiza toda as semanas, no centro da cidade. Acompanhando-se ao violão, a cantora apresentará, num “show intimista”, “coisas boas” de Chico Buarque, Djavan e Caetano Veloso, além das obrigatórias de Ana Carolina. “É que o público pede muito aquelas músicas batidas da Ana Carolina, e se a gente não tocar, fica chato”, provoca Elaine, como ela mesma diz, “uma jovem senhora” de 36 anos.
Mas não faltarão clássicos de Nana Caymmi, como “Resposta ao Tempo” e “Deixa Ficar”. De Djavan, ela vem com “Samurai”. “Gosto muito dessa música”, enfatiza. “De Caetano, vou cantar ‘Queixa’, que eu acho massa, e ‘Um Índio’. Do Chico, ‘Minha História’ e ‘João e Maria’ são minhas prediletas.”
Não faltarão surpresas ao repertório. “Depende muito do astral que você está, do entendimento com o público”, ela avisa. Marisa Monte também está na pauta. “Tem um samba que ela canta naquele álbum dela, lindo, ‘Universo ao meu Redor’. Chama ‘Vai Saber’, a composição é de Adriana Calcanhoto, que eu também adoro e de quem vou cantar ‘Os Quadros’ – o pessoal sempre pede essa –, ‘Vambora’ e ‘Depois de ter Você’ – a Bethânia gravou isso.”
Só filés. Para quem conhece o vozeirão de Elaine e sua exuberante interpretação, não vai perder essa. Quem não ouviu ainda, chegou o momento. O “Mandala Cultural” tem se revelado um ótimo celeiro para artistas de todas as gerações. Semana passada, a veterana Leureny mais o contrabaixista Félix Baigon e o jovem tecladista Juliano Gomes arrebentaram com arranjos especialíssimos de bossa nova e pérolas como “Ne Me Quitte Pas” e “El Dia en que Me Quieras”.
Elaine, uma paulista de Mogi das Cruzes radicada em Alagoas desde os 15 anos de idade, conta que tinha apenas oito anos quando ganhou um violão de seu pai. “Meus pais sempre foram muito ligados à música – minha mãe é de São Paulo e meu pai de Pernambuco. Eu sempre ouvi música de qualidade. Do lado da minha mãe, muito sertanejo, como Almir Satter, Tonico e Tinoco, Pena Branca e Xavantinho. Já com o meu pai, era todos aquele pessoal do samba, Alcione, Agepê, Benito Di Paula, e Noel Rosa, Cartola.”
Pelo visto, a menina cresceu bem. Mas diz que só foi pegar o violão depois dos 12 anos. “Eu era muito criança. Depois da empolgação, você deixa o brinquedo para lá. Mas com 15 anos, já era alagoana e a coisa ficou mais profissional. Cantava por aí, em Delmiro Gouveia, Santana do Ipanema, Palmeira dos Índios, Penedo, Arapiraca.” Estão vendo? Canja é o que não falta a essa moça.
Não gravou CD ainda, exceto por um “ao vivo” em festival organizado pelo Sesc. Mas ela diz ser perfeccionista e prefere trabalhar esse material como “demo”. Além do que, se fosse botar no mercado teria de pagar direitos autorais. “Você sabe, sou uma intérprete. Canto as músicas dos outros.” Embora tenha uma composição assinada em conjunto com a poetisa Marta Eugênia, afirma não levar muito jeito. “O Júnior Almeida diz que eu sou preguiçosa, mas falar é fácil”, ela brinca.
Ok, então os compositores que passem suas obras para a cantora. No recém-lançado DVD do projeto “Palco Aberto”, ela aparece com uma relíquia do guitarrista Toni Augusto, “Coisas da Natureza”.
“Essa, também, com certeza vou cantar no show do Mandala. Foi um presente da produção do ‘Palco Aberto’, que me passou a canção. O Toni compôs para um festival e a Wilma Araújo já havia gravado. Foi uma honra para mim.”
Para o segundo semestre, Elaine programa cantar Maysa. “Vai ser apenas voz e piano. Quero ver se o Antônio Carmo faz isso comigo. Quero gravar um CD também, mas essas coisas a gente não fala muito porque são projetos ainda. De repente, não acontecem. Mas eu vou me esforçar. Estou botando diversos trabalhos meus no YouTube.” Que ótimo, assim a gente tem uma palhinha na rede. E essa do Mandala, sexta-feira, não dá para perder.
Mandala Cultural – Toda sexta-feira, com happy hour a partir das 18h – rua Barão de Maceió, 105, Centro, tel. (82) 3223 7863. Nessa sexta, dia 24, show com a cantora Elaine Kundera, a partir das 21h – mesa (quatro pessoas), R$ 30; individual, R$ 5.
Assessoria de imprensa: Jorge Barboza
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"Uma cidade que não tem memória é uma cidade sem alma. E a alma das cidades é sua própria razão de ser. É sua poesia, é seu encanto, é seu acervo. Quem nasce, quem mora, quem adota uma cidade para viver, precisa de história, das referências, dos recantos da cidade, para manter sua própria identidade, para afirmar sua individualidade, para fixar sua municipalidade." Extraído do livro Maceió 180 anos de história 5 de dezembro de 1995.