Caderno 2

Por, Bairros de Maceió - 18/03/2010

Mestre Verdelinho morre aos 65 anos

Na tarde desta quinta-feira, mestre Verdelinho perdeu a luta contra o câncer de bexiga. Ele morreu no Hospital Geral do Estado, onde foi internado nesta manhã para tratar complicações causadas pela doença, descoberta ano passado.

Aos 65 anos, ele já tinha enfrentado uma cirurgia para combater o câncer e dois derrames (acidente vascular cerebral). O corpo está sendo velado na casa onde morou durante mais de trinta anos, na Rua dos Coqueiros, 614, Chã da Jaqueira. O sepultamento está marcado para às 16h, desta sexta-feira, no cemitério Santo Antônio, no mesmo bairro.

Nas últimas décadas, a arte de mestre Verdelinho ganhou notoriedade, graças ao seu talento com o pandeiro, a viola, o improviso dos versos e a cantoria de coco de roda. Suas composições também chamaram a atenção de vários artistas.

Wado e os grupos A Barca e Comadre Fulozinha, por exemplo, se encantaram e gravaram a música “Grande Poder”: “A terra deu, a terra dá, a terra cria/ a terra dá o que tirar/ a terra acaba com toda má alegria...”.

Mateu de Joana Gajuru

Debilitado desde 2006 quando sofreu o primeiro derrame, uma das suas últimas alegrias foi o lançamento do CD “Unirversando”, produzido de forma independente por Keyler Simões, com direção musical de Jurandir Bozo. O disco faz parte da coleção “Música Popular Alagoana” e traz 14 faixas em que ele canta acompanhado pelo seu pandeiro.

O grande parceiro de mestre Venâncio (morto em fevereiro de 2008) e ex-mateu do lendário guerreiro de Joana Gajuru passou os últimos dias de vida praticamente deitado na cama da humilde casa do bairro Chã da Jaqueira.

O salário mínimo da aposentadoria não garantia vida digna para o mestre da cultura popular. Ele contava com a ajuda de amigos e admiradores da sua arte para comprar remédios, fraldas geriátricas e alimentos.

Fonte: Tudo da Hora

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Curiosidade

Treze vezes vencedor do prêmio Notáveis da Cultura Alagoana - Prêmio ESPIA.

"Uma cidade que não tem memória é uma cidade sem alma. E a alma das cidades é sua própria razão de ser. É sua poesia, é seu encanto, é seu acervo. Quem nasce, quem mora, quem adota uma cidade para viver, precisa de história, das referências, dos recantos da cidade, para manter sua própria identidade, para afirmar sua individualidade, para fixar sua municipalidade." Extraído do livro Maceió 180 anos de história 5 de dezembro de 1995.

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