Os investimentos em Economia Criativa – termo utilizado pelos especialistas para investimentos em cultura – tornaram-se uma constante na Prefeitura de Maceió. E é por meio da Fundação Municipal de Ação Cultural, a Fmac, que a gestão municipal vem promovendo uma série de importantes promoções culturais.
O fato é que por meio dos fomentos estão havendo investimentos significativos nos artistas e na cultura local. A valorização dos artistas da terra, bandeira levantada pela gestão, segundo a assessoria da Fmac, é evidente. Questionado sobre os investimentos, o presidente da Fmac, Vinícius Palmeira, respondeu. “Existe orçamento no município para a promoção de cultura e estamos utilizando-o da melhor maneira, que é investindo nos artistas locais, que têm sido contemplados em todas as produções. O maceioense tem direito à música, de ter sua cultura expressa e valorizada e é para isso que estamos trabalhando”, disse.
Um exemplo claro da otimização dos recursos é o Verão Maceió. No último sábado (04), o Festival de música e cultura popular teve seu início na praia de Ponta Verde. Na abertura dessa primeira edição, houve apresentações de duas atrações locais e um nacional, foram elas a banda Som de Vinil, Fernanda Guimarães e banda Cidade Negra, respectivamente. Nas próximas apresentações, que seguirão até o dia 15 de fevereiro, ao menos mais 12 artistas alagoanos deverão se apresentar no palco montado no Alagoinhas.
Com um investimento de R$ 900 mil em bandas e estrutura para o Verão Maceió, o prefeito de Maceió, Rui Palmeira, chamou atenção para o fato de que o município tem orçamento especifico para todos os setores. “Estamos realizando um investimento na Cultura que nunca foi visto na cidade, o que, inclusive, pode levantar algum questionamento do porque não direcionar esse recurso para fins como saúde e educação. O que é importante ressaltar, é que há aumento de orçamento previsto para áreas essenciais como Saúde, Educação e Assistência Social. O que não se pode é esquecermos que somos uma cidade turística, que esse segmento significa muito para a nossa economia e, sobretudo, que o maceioense tem direito a cultura. A administração é plural e trabalha para contemplar todos os segmentos”, destacou Palmeira.
Mais Economia Criativa
Além da boa música, o investimento em economia criativa também tem resgatado os folguedos populares, trazendo de volta o Giro do Folguedos, que está em sua segunda edição, que faz parte do Verão Maceió. Entretanto, além desses investimentos, Maceió tem realizado outras produções, incentivadas com editais.
Numa iniciativa pioneira, a Prefeitura tem democratizado o acesso ao empreendedorismo cultural, de modo que todo cidadão – que atenda os pré-requisitos previstos e regulamentados – possam participar como agente cultural. A partir dos editais foi possibilitado a descentralização das promoções culturais na cidade.
Descentralização
A política de descentralização da cultura é uma das grandes apostas da Gestão. O intuito do órgão é levar a cultura para todas as regiões da cidade. O que antes normalmente concentrava atrações na orla da capital, agora está espalhado por toda cidade. Além dos festejos natalinos, de ano novo e de verão, podemos retroceder um pouco e recordar que no ano de 2013 o São João promovido pela gestão atual também acompanhou o novo formato descentralizado e democratizado. Foram, são e serão maceioenses com todos os gostos, religiões e classes sociais tendo acesso à cultura.
Seja com o São João ajudando a disseminar ainda mais a história dos craques do forró Jacinto Silva e Tororó do Rojão; sejam os Concertos para Maceió quebrando preconceitos e os paradigmas da música erudita; sejam os giros dos folguedos resgatando muita tradição para as ruas; sejam os coros emocionando os festejos natalinos de muita gente ou seja o Verão Maceió levantando poeira na cidade.
As equipes da Fundação acreditam que a promoção da cultura valoriza a produção da terra, fortalece a autoestima, proporciona o reconhecimento de uma identidade, promove mais atrativos turísticos e acima de tudo dificulta a entrada dos jovens no mundo da violência e drogas.
Ainda como parte de investimentos em cultura local, está acontecendo na capital alagoana a 2ª edição do projeto Giro de Folguedos, onde grupos de manifestações culturais realizam apresentações em vários pontos da cidade.
Para o economista Cícero Péricles, a experiência de Vinícius Palmeira na gestão da cultura indica um bom caminho para o setor. “É muito cedo para se afirmar alguma coisa ou fazer balanço da atual administração municipal de cultura. Como toda gestão pública, as divergências sobre as prioridades e gastos correspondentes devem existir. Mas, alguns traços já podem ser vistos, como um maior volume de recursos destinados a eventos culturais, uma relativa descentralização dessas iniciativas e o funcionamento dos fóruns e conselhos de cultura. Isso parece um bom caminho”, disse o especialista.
Economia criativa em Maceió
A economia criativa engloba um espaço amplo do setor de serviços. E, segundo Cícero Péricles, Alagoas poderá desenvolver esse segmento em quase todas as suas expressões. “Alagoas já vem desenvolvendo os chamados serviços criativos ou criações funcionais, como a publicidade, arquitetura, e o design de jóias, móveis, roupas, brinquedos, interiores, E, não menos importante para Alagoas, com sua longa história de cinco séculos, são as manifestações populares: celebrações, festejos e artesanato”, disse ele.
Ainda segundo o especialista, o investimento unido ao potencial alagoano pode elevar a capital alagoana ao status de capitais famosas pelas manifestações culturais, a exemplo de Salvador. “Alagoas com sua história antiga, de mais de cinco séculos, apresenta uma enorme diversidade artística e cultural distribuída por todo território; e, por isso, tem uma enorme possibilidade de se transformar naquilo que a Bahia começou nos anos 1960/70, que Pernambuco realizou nos anos 1980, e que o Ceará vem desenvolvendo desde os anos 1990, que é ser um grande pólo produtor na área da economia criativa”, disse Péricles.
Investir na economia criativa deve fomentar a produções, que já são realizadas em Maceió em distintos níveis de desenvolvimento. “Temos que olhar para as outras experiências a exemplo de Salvador, Recife e Fortaleza que, quando deram seus primeiros passos em direção da organização deste setor, também eram cidades do porte de Maceió”, finalizou o especialista.
Fonte: Secom Maceió / Crédito da foto: Pei Fon
"Uma cidade que não tem memória é uma cidade sem alma. E a alma das cidades é sua própria razão de ser. É sua poesia, é seu encanto, é seu acervo. Quem nasce, quem mora, quem adota uma cidade para viver, precisa de história, das referências, dos recantos da cidade, para manter sua própria identidade, para afirmar sua individualidade, para fixar sua municipalidade." Extraído do livro Maceió 180 anos de história 5 de dezembro de 1995.