Caderno 2

Por, Bairros de Maceió - 15/02/2014

7ª e última edição do Festival Verão 2014, Dr.Charada, Mácleim e Lenine

Ao por do sol na ponta verde deste sábado 15,  em frente ao antigo Alagoinhas volta a ser palco do Maceió Verão 2014. Na sétima e núltima apresentação do festival, ao som de Dr. Charada , do cantor e compositor Mácleim e Lenine. As apresentações começam às 17h

Dr.Charada é uma banda que surgiu em 1997, inspirada pelo som e presença de Chico Science & Nação Zumbi, com sua proposta de misturar ritmos de cultura popular como o Maracatu. No início a banda até era confundida como cover da Nação Zumbi, mas logo mostrou a sua própria cara, misturando ao rock, gêneros como coco, xote, maracatu, embolada, cantando as coisas de nossa terra, como na música "A Triste Morte do Riacho Salgadinho", sobre a situação deprimente do riacho que corta a cidade de Maceió e sofre com a poluição, e "A volta do Grande Poder", homenagem, ainda em vida, ao falecido Mestre Verdelinho, numa alusão a uma de suas mais belas e conhecidas músicas, "O Grande Poder".

Com letras de Otávio Gallindo e de Abel Cordeiro, a banda ganhou o país, no fim dos anos 90 e início dos anos 2000, tendo se destacado também na cena alternativa nacional, apresentando-se em importantes festivais, como o Festival de Verão de Salvador, Festival Nordestes (SESC Pompéia), e ganhando alguns prêmios, como melhor música do Festival Nacional Oi Voz das Bandas, em 2003. Com sua sonoridade forte e sem rótulos, a banda angariou fãs fiéis que lotavam suas apresentações sempre marcantes. Após se recolherem por alguns anos, os filhos do trovão retornam aos palcos, mais maduros, mas com a mesma pegada eletrizante de sempre, um som contagiante, e toda a força da cultura nordestina.

Formado por integrantes com carreiras distintas como, médicos, empresários, músicos, funcionários públicos, a banda sofreu uma parada há 09 anos, mas que no ano passado retomou os seus ensaios, e retorna agora com nova formação, em que mantém os originais, Théo Oliveira (bateria), Otávio Gallindo (vocal), Abel (efeitos e percussão) e Cacau (percussão), além dos novos na banda, Thiago Franja (baixo), Aldo Jones (guitarra), e Tup (teclado e feitos).

Otávio nos falou que já estão finalizando o mais novo trabalho da Dr Charada, que inclui duas novas músicas (De Pé e Estranha Maria) e em breve será disponibilizado para download, mas algumas músicas já estão disponíveis (ver abaixo).

A volta

"Na verdade retomamos nossos encontros em meados do ano passado, finalizando músicas que gravamos anteriormente, e que até fizeram parte de CDs-demo, mas que ainda estavam com voz-guia, e poucas pessoas fora da banda sabiam disso e fomos surpreendidos com o convite para nos apresentarmos no Maceió Verão, e prontamente aceitamos, não só pela oportunidade de voltarmos ao palco, mas também pela proposta do evento, com tanta gente talentosa de renome nacional, e mais um elenco de atrações locais, também talentosas... e ainda por cima aberto ao público numa localização linda como é a enseada de Ponta Verde/Pajuçara. Estamos ansiosos e felizes por voltar a tocar para tanta gente", finalizou Otávio Gallindo.

Crédito: www.balaiodefatos.com  / Jornalista Keyler Simões

  Ouça Dr. Charada na WebRadio Maceió

 


Mácleim

Iniciou sua carreira na música, ao entrar no curso de Arquitetura na UFAL. O fato de se tornar estudante abriu seus olhos para os festivais universitários que aconteciam, isso em época da Ditadura Militar, ele escolheu a música como forma de expressão. Dentro de suas participações em Festivais, chegou a ganhar em 3º lugar no FEMUFAL (Festival de Música da UFAL), viu que a música fazia a sua cabeça, então decidiu largar seu curso de Arquitetura e partir para o Rio de Janeiro, levando uma gravação DEMO, na época gravada em Fita Cassete. Levou sua produção bem amadora para Rildo Hora (produtor musical), onde recebeu fortes crítica, contudo, Rildo lhe deu uma grande oportunidade de reavaliar sua produção amadora, o ajudando em seu crescimento musical. Ficou no Rio de Janeiro gerenciando um estúdio, onde ensaiavam grandes nomes da Música Popular Brasileira, como Elba Ramalho, Emilio Santiago, entre outros, também tocava em barzinhos e gravava Jingles, e foi com toda essa vivência que Mácleim amadureceu na música, fazendo disso uma grande escola. Ao retornar à Maceió pensou em alguma forma para não perder o contato com esses artistas, na época não existia essa facilidade que temos hoje com a internet, onde a comunicação é mais fácil de ser alimentada, então, por conta disso ele decidiu escrever um projeto para a Rádio Educativa, para a criação de um programa no qual realizaria entrevistas com artistas nacionais que viessem fazer shows em Maceió, o nome do programa era “Conexões”, e com isso conseguiu manter seus contatos com tais.

Em 1998 foi para a Europa realizar uma turnê, a qual levou músicos do Estado de Alagoas, passou 45 dias divulgando o seu primeiro albúm, intitulado de Panambiverá, fez shows na França, Holanda, Suiça, entre outros países. Após essa sua primeira ida à Europa, retornou por mais 2 vezes e em uma dessas participou do “Montreux Jazz Festival Off” (Festival de Jazz mais conhecido na Suiça), onde a sua música “Retalhos de Azul” fez participação no primeiro CD do festival. Já participaram também desse festival grandes nomes da musica brasileira como Ney Matogrosso, Elis Regina, Gal Costa, Rita Lee, entre muitos outros. E foi lá na Europa que gravou e lançou o álbum, “Internet Côco”, retornando para o Brasil no intuito de difundir ainda mais seu trabalho musical.

Foi convidado por 3 vezes para participar do Projeto Pixinguinha, criado pela Funarte e tendo como parceria as Secretarias de Cultura Municipais e Estaduais, hoje o projeto é favorecido pela Lei Rouanet, onde a Petrobrás é a maior patrocinadora. O Projeto foi responsável pelo lançamento nacional de artistas como Djavan, Adriana Calcanhoto, Zeca Pagodinho, Zizi Possi, entre muitos outros. Estudou por um tempo no Conservatório Villa Lobos, porém não concluiu, assim como também não conseguiu terminar o curso de Música na UFAL, não se adaptou a vida acadêmica, porém usou isso a seu favor. Considera que foi uma maneira importante de agregar valores com outros artistas mais conhecedores do assunto, fazendo com isso grandes parcerias. É autor de trilhas sonoras para Teatro, dentre os espetáculos da cena a Alagoana, compôs para “A farinhada” da Cia. Joana Gajuru e “Uma noite em Tabariz”, da Cia. Do Chapéu. Hoje Mácleim, possui lançado 4 albúns, “Panambiverá”, que foi lançado no ano de 1998, na Europa, em sequência nasceu o “Internet Côco” no ano de 2001, também lançado na Europa, o “Ao vivo e Aos outros” que foi gravado no Teatro Jofre Soares (SESC) em 2006, e agora o “Esse Poetas” que está em processo de divulgação.


O “Esses Poetas” é um trabalho bem diferenciado do que Mácleim vinha fazendo, decidiu ousar e inovar, trazendo à música alagoana uma nova identidade, enriquecendo assim não só a música, mas também a cultura literária, musicando poemas de 13 poetas alagoanos consagrados na cena, como Arriete Vilela, Otávio Cabral, Lêdo Ivo, José Geraldo, Edvaldo Damião, Sidney Wanderley, Diógenes Junior, Ronaldo de Andrade, Jorge Cooper, Gonzaga Leão, Maurício de Macedo, Paulo Renault (como faixa bônus) e Jorge de Lima que não poderia ficar fora dessa, onde Maclém musicou seu poema “Zumbi”. Trabalho esse até então nunca feito no Estado de Alagoas. A realização desse processo se deu em 12 anos, durante esse tempo ele foi amadurecendo sua ideia e chegou esse ano exatamente onde e como ele queria, começou musicando o poema de Otávio Cabral, “Caminhando caminhante tanto passo até que cansa”, no intuito de ver no que dava, pois achava que suas composições estavam se tornando repetitivas, então decidiu renovar, e terminou gostando da ideia, após musicar o poema de Cabral passou a receber poemas de diversos autores, começou então o processo de seleção e fechou com as 13 autorias. Além dos 13 poemas, o seu CD conta com o trabalho do Artista Plástico Pedro Cabral, no encarte há 13 pinturas desse artista. Pois é, mais uma vez o número 13 surgindo como uma coincidência na vida de Mácleim, o que não torna um problema, pois ao contrário de muitos, ele gosta desse número. Há também participações especiais, bem regional, como Cantoras do Pastoril Menino Jesus e Chau do Pife.


Crédito: Shirley Jaires http://shirleyjaires.blogspot.com.br  /  Foto: José Ademir

Ouça musica Senhora dos Prazeres CD Esses Poetas

  


Osvaldo Lenine Macedo Pimentel, conhecido apenas como Lenine (Recife, 2 de fevereiro de 1959), é um cantor, compositor, arranjador, escritor, letrista e músico brasileiro.
Ocupa a cadeira 38 como acadêmico correspondente da Academia Pernambucana de Letras.

Filho de José Geraldo e  Dayse Pimentel, Lenine (assim chamado por conta de uma homenagem do pai socialista ao líder soviético) demonstrou interesse pela música ainda criança. Na época, seu objeto de desejo – o violão da irmã mais velha – era tocado clandestinamente, quando conseguia roubar a chave do armário onde ficava guardado o instrumento.

Entre a missa com a mãe católica e as audições de discos com o pai, aos oito anos Lenine adquire o direito de optar sobre a programação dos domingos. Escolhe a música, que ia do folclore russo e Tchaikovsky a Dorival Caymmi e Jackson do Pandeiro. Aos 17 anos, fã do rock’n roll – de Zeppelin a Zapa passando pelo The Police – e já impactado pela sonoridade do Clube da Esquina, ingressou na faculdade de Engenharia Química. Na época, começa a arranhar suas primeiras composições.

Aos 20 anos, tranca o curso e vai morar no Rio de Janeiro, dividindo a casa e o sonho de viver de música com outros amigos e também compositores. O grupo passa a viver em Botafogo, na chamada Casa 9, famosa por ter sido moradia de Luis Carlos Lacerda (Bigode), Jards Macalé e Sônia Braga. Depois, Lenine finalmente radicou-se na Urca, onde reside até hoje.

No Rio, Lenine participa do festival MPB 81, promovido pela TV Globo. Em 1983, gravou com Lula Queiroga seu primeiro LP, Baque Solto (Polygram), a convite de Roberto Menescal. Neste período, também trabalha como violonista de Danilo Caymmi.

Entre Baque Solto e seu segundo disco foram-se dez anos, período em que Lenine se estabelece como compositor e passa a fazer parte do movimento musical da cidade. Participa das rodas de samba do Cacique de Ramos, o primeiro espaço onde foi recebido de braços abertos no Rio,  e compõe sambas para blocos cariocas como o “Simpatia é quase amor”, e em especial o “Suvaco de Cristo”.

Em 1989, Elba Ramalho é a primeira a gravar “A Roda do Tempo”, de Lenine e Bráulio Tavares, no disco Popular Brasileira. Nesta época, Lenine começa a ser requisitado para compor trilhas sonoras de novelas e seriados. Em 1992, mais uma canção em parceria com Bráulio Tavares entra no repertório de Elba: “Miragem do Porto”, no disco Encanto.

O mais importante disco de Lenine, segundo ele mesmo, foi lançado em 1993, em parceria com o percussionista Marcos Suzano. Produzido pelos dois e também por Denilson Campos, Olho de Peixe (Velas) os projetou para o mundo, com turnês pelos Estados Unidos, Europa e Ásia, em especial no Japão.

Em 1997, Lenine lança seu primeiro álbum solo: O Dia em que Faremos Contato (BMG), produzido em parceria com Chico Neves e mixado no Real World Studio, o conceituado estúdio de Peter Gabriel, em Londres. O disco ganhou dois prêmio Sharp, nas categorias “Revelação” e “Melhor canção” com a “A Ponte”, de Lenine e Lula Queiroga.

Em 1999, Lenine lança Na Pressão (BMG),  que produziu ao lado de Tom Capone. Este trabalho ganhou o prêmio APCA de “Melhor álbum de música popular”, figurou na lista de melhores discos em vários países e vendeu mais de 40 mil cópias somente na França.

A carreira internacional ganha impulso com novas turnês na Europa, Japão e Canadá e em especial na França, onde Lenine passa a realizar turnês anuais de muito sucesso. No ano de 2000, assina a direção musical do espetáculo Cambaio, com composições de Chico Buarque e Edu Lobo. Em 2002, lança seu quinto disco, Falange Canibal (BMG), novamente com Tom Capone. O  CD contou com participações do Living Colour, da cantora americana Ani Di Franco, Eumir Deodato, Steve Turre e da Velha Guarda da Mangueira. Falange Canibal recebeu o Grammy Latino na categoria “Pop Contemporâneo Brasileiro”.

Em 2004, Lenine é convidado pelo projeto “Carte Blanche”, na Cité de La Musique, em Paris, do qual, até então, apenas um brasileiro – Caetano Veloso – havia participado. A proposta do “Carte Blanche” é dar ao artista “carta branca” para produzir o espetáculo que desejar. Para seu show, Lenine convidou a artista cubana Yusa e o percussionista argentino Ramiro Musotto. A apresentação deu origem ao CD e DVD Lenine Incité (Casa 9/BMG), que ganhou dois prêmios Grammy Latino – como “Melhor CD de Música Contemporânea” e “Melhor Canção” com “Ninguém faz idéia”, de Lenine e Ivan Santos. O álbum recebeu também 4 Prêmios da Música Brasileira: “Melhor CD”, “Melhor Música”, “Melhor cantor” e “Melhor Cantor – Voto Popular”.

Em 2005 Lenine produz o disco Segundo, de Maria Rita, e o álbum De Uns Tempos pra Cá, de Chico César. Em Paris, é uma das principais atrações musicais do “Ano do Brasil na França”, onde se apresentou no Teatro Zenith ao lado da Orquestra Nacional de Île de France e um coro de 1400 jovens franceses do ensino público, interpretando sua obra e clássicos brasileiros.

Em 2006, lança Lenine Acústico MTV (Sony BMG), premiado com o Grammy Latino na categoria “Melhor CD Pop Contemporâneo”. Neste mesmo ano, é editada nos Estados Unidos a coletânea Lenine (Degrees Records). Em 2007 produz o CD Lonji, do cantor cabo-verdiano Tcheka, e cria a trilha sonora do espetáculo “Breu”, do Grupo Corpo.

Em 2008, lança o CD e LP Labiata (Casa 9/Universal). O álbum foi lançado em 20 países, com mais uma turnê internacional em 2009, e a música “Martelo Bigorna” incluída na trilha sonora da novela Caminho das Índias (Rede Globo), foi premiada com o Grammy Latino na categoria “Melhor Canção Brasileira”. Neste mesmo ano é lançado no Festival do Rio o filme Continuação, do cineasta Rodrigo Pinto, que retrata todo o processo de criação e gravação do disco Labiata, inclusive a estreia do show no Olympia de Paris.

No ano seguinte, em 2010, o artista lança o projeto Lenine.doc – Trilhas (Casa 9/ Universal), que reúne canções compostas para novelas, seriados, filmes, comerciais, espetáculos de teatro e dança. Uma nova turnê nacional e internacional se inicia.

Em fevereiro de 2011, Lenine é convidado para produzir e dirigir o show de abertura do carnaval do Recife. O espetáculo, roteirizado por Bráulio Tavares, ganha o título de “Sob o Mesmo Céu” e reúne um time de estrelas da música brasileira: Céu, Elba Ramalho, Fernanda Takai, Isaar, Karina Buhr, Mariana Aydar, Maria Gadú, Marina Lima, Nena Queiroga, Pitty, Roberta Sá e Zélia Duncan.

Em outubro de 2011, Lenine lança Chão (Casa 9/ Universal), seu décimo disco de carreira, produzido por Bruno Giorgi, JR Tostoi e por ele mesmo. O novo álbum – considerado pela crítica ousado e conceitual – é uma suíte de dez canções marcadas pelos sons de seu cotidiano, como o canto de um pássaro, o ruído de uma chaleira e barulho das cigarras no verão da Urca.

Em março de 2012 inicia a turnê Chão, com direção de arte de Paulo Pederneiras, do Grupo Corpo, e que tem em cena apenas Lenine, Bruno Giorgi e JR.Tostoi. Usando o recurso da quadrifonia (o chamado surround), segundo Lenine, o show subverte o “ver-ouvir”, natural dos espetáculos de música, para o “ouvir-ver”. Nele o público é imerso numa espécie de experiência sensorial em que o som é o grande protagonista. Uma das turnês de maior sucesso da carreira de Lenine, Chão já passou por mais de 80 cidades no Brasil, além de França, Itália, Argentina, Chile e Uruguai. Chão segue na estrada até o final do ano de 2013.

Em 2013, o cantautor celebra seus 30 anos de carreira. Na pauta, homenagens, documentários e 30 projetos especiais, como o reencontro com Marcos Suzano no show Olho de Peixe (abril, no Rio de Janeiro), a turnê europeia The Bridge (maio, agosto e outubro), com a Martin Fondse Orchestra, um show especial celebrando o disco Baque Solto (setembro, em Recife), além da turnê Concertos Chão e dos shows Lenine Solo. Ainda em 2013, a música “Se não for Amor, eu Cegue” (Chão) integra a trilha sonora da novela “Saramandaia” (Rede Globo) e Lenine assina a trilha sonora do novo espetáculo do Grupo Corpo. E “Isso é só o começo”.

Fonte: http://www.lenine.com.br


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Curiosidade

Treze vezes vencedor do prêmio Notáveis da Cultura Alagoana - Prêmio ESPIA.

"Uma cidade que não tem memória é uma cidade sem alma. E a alma das cidades é sua própria razão de ser. É sua poesia, é seu encanto, é seu acervo. Quem nasce, quem mora, quem adota uma cidade para viver, precisa de história, das referências, dos recantos da cidade, para manter sua própria identidade, para afirmar sua individualidade, para fixar sua municipalidade." Extraído do livro Maceió 180 anos de história 5 de dezembro de 1995.

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