A terceira edição do Festival Alagoano de Música Erudita (III Falame) chega ao palco do Teatro Deodoro, nos dias 03 e 04 de outubro, às 19h e 18h, respectivamente, e abre o calendário oficial de comemorações pelos 200 anos de Maceió, celebrados em 2015. O evento, gratuito e aberto ao público, traz performances de diversos formatos musicais: cameratas, coros, cantores líricos e instrumentistas diversos, sob a assinatura dos mais célebres compositores da música erudita de todos os tempos. Esse ano, o Falame inaugura uma parceria inédita que traz a Fundação Municipal de Ação Cultural (Fmac) e o Ministério da Cultura (MinC) para assinarem a realização do evento juntamente com o Instituto de Cultura Ero Dictus (Iced).
O idealizador do Festival e presidente do Iced, Benedito de Vasconcellos Pontes, afirma que é uma honra fazer música erudita para celebrar o bicentenário de Maceió. “Vamos brindar com o melhor da música em interpretações de competentes artistas alagoanos”, comemora.
Para o presidente da Fmac, Vinicius Palmeira, a capital merece ser cantada em todos os ritmos nos seus 200 anos. “Somos uma lugar de intensa diversidade cultural e teremos várias ações para celebrar o bicentenário da nossa cidade. Começamos com a música erudita, instrumental e canto coral, mas as festividades seguem em grande estilo até dezembro com ações que comporão uma mostra da cultura que faz viva a nossa Maceió”, explica Palmeira.
Incentivo à cultura
O III Falame integra o Programa Ações Culturais para Maceió, fruto da parceria entre Fundação Municipal de Ação Cultural e o Ministério da Cultura, por meio da Secretaria da Cidadania e da Diversidade Cultural, graças à emenda parlamentar do deputado federal Paulão (PT), que destinou R$ 892.950,00 para projetos de incentivo a cultura em Maceió.
A parceria se dá por meio do convênio nº 798826/2013, assinado em agosto passado com previsão de um total de R$ 940.950,00 em investimentos em ações até dezembro de 2016.
Além do estímulo à difusão da música instrumental e canto coral, o projeto prevê ainda ações de incentivo à música contemporânea e à música tradicional de raiz; capacitação e formação cultural para geração de renda; valorização das manifestações culturais das comunidades tradicionais de matriz africana; e ocupação cultural dos espaços públicos da capital.
Sobre a destinação de recursos para a cultura de Maceió, o deputado Paulão lembra que não é a primeira vez que reserva emenda para o desenvolvimento da cultura em Maceió. “Tenho clareza que a cultura significa uma ponte para promover a cidadania e desenvolver a cultura de paz em nossa sociedade. Enquanto qualquer outro parlamentar teria destinado essa emenda de R$ 892.950,00 reais para os tradicionais paralelepípedos, eu traço outro caminho que vai de encontro à valorização da arte, do artista e da inclusão social”, destaca.
O parlamentar afirma ainda que tem orgulho de contribuir com o segmento cultural da sua cidade: “Fico imensamente feliz em ajudar a Prefeitura de Maceió a desenvolver esse projeto que transcende barreiras políticas e ideológicas e assegura uma plataforma de fortalecimento da cultura, sobretudo neste momento em que a nossa capital comemora seus 200 anos”.
Novidades no Falame
O presidente da Fmac explica que o incentivo a produção e a difusão musical, bem como a formação de plateia são itens contemplados no Plano Municipal de Cultura de Maceió. Ele lembra que a música erudita muitas vezes sofre preconceito e é tratada como música para poucos, mas destaca: “Maceió já deu provas de que a música erudita agrada aos mais diversos públicos. Lembro-me da população emocionada após uma apresentação do Grupo Ero Dictus no Santa Lúcia, durante ação do projeto Concertos para Maceió, em 2013. As pessoas simples aplaudiram de pé os músicos. Foi marcante testemunhar a emoção do público e dos artistas”.
Para Benedito Pontes, “o Falame é uma oportunidade de mostrar que música de qualidade vem sendo feita por gente da nossa terra, aqui, no nosso chão… é música feita com amor para a nossa gente”, diz. Ele acredita ainda que a parceria com a Fmac traz um rebrilho ao festival.
Este ano, além de músicos conhecidos e que já passaram pelo palco do Falame nas edições anteriores, o festival traz novas sonoridades e novos músicos. Sobre as novidades, o idealizador do festival destaca: “Assim como Mozart e Handel compunham valorizando as manifestações populares no conconteudo e conjuntura em que viviam (eles registraram muito das manifestações folclóricas europeias em suas obras), acreditamos que temos de dar vazão à produção de música erudita brasileira, ainda pouquíssimo divulgada e reconhecida por aqui”.
Dentre os novos nomes que integrarão a programação do III Falame, tem-se: o clarinetista Flávio Ferreira, a soprano Elvira Rebelo, o Madrigal Aqualtune, o Grupo de Contrabaixos da Ufal e o vibrafonista e percussionista Leandro Amorim, entre outros. Todos dividirão o palco com nomes já conhecidos como o barítono Luciano Peixoto acompanhado pela pianista Selma Brito, o maestro Almir Medeiros com o quarteto À La Sax, os pianistas Ilbert Leaffá e Manoel Vieira, os cantores Priscilla Monteiro e Daniel Lima, os coros Angelus, Corufal e mais atrações.
O Falame trará em sua programação compositores brasileiros de grande estima no exterior, mas cujas obras ainda são pouco valorizadas no Brasil. Segundo Benedito Pontes, é missão do Ero Dictus apresentar ao público e fomentar a propagação da música de compositores como Carlos Gomes, Padre José Maurício Nunes Garcia, Guerra Peixe, o alagoano Heckel Tavares, e Villa-Lobos. “Este, particularmente, fez uma verdadeira catalogação das musicalidades de cada canto do território nacional, angariando ritmos e harmonias tão próprias do nosso povo e nosso folclore, do Oiapoque ao Chuí, resultando em celebríssimas sinfonias”.
SERVIÇO
Evento: III Festival Alagoano de Música Erudita – III Falame
dataa: 03 e 04 de outubro
Horários: sábado: 19h, domingo: 18h
Local: Teatro Deodoro, Centro – Maceió/AL
Entrada Franca (os ingressos estarão disponíveis na bilheteria do Teatro Deodoro, a partir de 1º de outubro. Podem ser retirados também na bilheteria uma hora antes das apresentações).
Fonte: Clarissa Veiga/ Ascom FMAC e Márcio Cavalcanti/ Ascom Ero Dictus
"Uma cidade que não tem memória é uma cidade sem alma. E a alma das cidades é sua própria razão de ser. É sua poesia, é seu encanto, é seu acervo. Quem nasce, quem mora, quem adota uma cidade para viver, precisa de história, das referências, dos recantos da cidade, para manter sua própria identidade, para afirmar sua individualidade, para fixar sua municipalidade." Extraído do livro Maceió 180 anos de história 5 de dezembro de 1995.