Para comemorar 10 anos de existência, a Confraria: Nós,Poetas promoveu, no domingo (26), um sarau na praça Centenário. O evento cultural e social reuniu dezenas de pessoas que apreciaram poesia, música e outras expressões artísticas.
“Foi uma tarde muito especial, onde nossos confrades - poetas e poetisas – puderam apresentar poemas, poesias e cordéis autorais ou não. Tivemos música, nas vozes de Jan Cláudio e Fábio Poeta, além da ilustre participação do mestre Gama no pife. Levamos arte e cultura ao público que se fez presente ao local”, disse Eduardo Proffa, um dos fundadores do grupo.
A iniciativa contou ainda com cesta de livros, onde os trabalhos literários dos artistas da Confraria eram depositados e distribuídos de forma gratuita pra quem quisesse. E como todo bom aniversário, não poderia faltar o bolo com direito a vela e parabéns pra você.
“Essa comemoração marca o início do nosso calendário de 2025, cujo decorrer do ano promoveremos uma programação repleta de atividades culturais com o intuito de levar mais poesia à vida dos alagoanos”, destacou André Mauricio, outro fundador da Confraria.
Mas o ano começou com reconhecimento público à Confraria: Nós,Poetas. O grupo recebeu no dia 23 de janeiro o 21º Prêmio Notáveis da Cultura Alagoana 2024. O 7º conquistado pela instituição em tão pouco tempo de vida.
Durante essa década de resistência, reinvenção e caldeirão poético, a Confraria conseguiu produzir e lançar algumas obras literárias. A primeira com o título “Nós Poetas”, em 2015 pela editora imprensa oficial Gracilaino Ramos. A segunda em 2021 com o título “Caoticidade Urbano Poético do Eu Nulo” pela editora UICLAP e a terceira em 2023, entitulado “1ª Antologia da Confraria: Nós Poetas”, por meio da editora Clube de Autores.
Para quem quiser expor suas poesias e se tornar um confrade, basta acessar a página da Confraria: Nós, Poetas no Facebook. O acesso é aberto e gratuito. Não há limite de idade, sexo, credo e nacionalidade. Só o interesse de fazer poesia. Até a presente data são mais de 2500 pessoas, mas tem espaço para mais...
Como tudo começou...
A Confraria Nós Poetas surgiu em 14 de Janeiro de 2015, quando o Professor de Educação Física, Eduardo Proffa, reuniu-se, numa noite de quarta-feira, no Bar de Rock BABA SOM, no Santo Eduardo, com quatro amigos que até então, não se conheciam entre si, a fim de pensar a publicação de uma coletânea poética.
No encontro estavam o Contabilista André Maurício, o Autônomo Ciro Veras, o Psicólogo Geo Santos e o Professor de Inglês/Português Majal-San. Depois de muito papo regado à cerveja, tiveram a idéia de criar uma página na Rede Social Facebook, para servir como meio de comunicação entre os cinco.
“Nesse ambiente virtual, cada um convidou um amigo, que convidou outro amigo, e o espaço se transformou em “ponto de encontro” para centenas de pessoas que curtem e escrevem poesia, publicam poemas, compartilham ideias e promovem a interação entre tantos “conhecidos” que comungam do mesmo prazer”, destacou Ciro Veras, também fundador da Confraria.
Nesse clima de descobertas, outras linguagens se juntaram, dando som, movimento, imagem e sabor à poesia. Então, a poesia se fez a voz de tantos e tantas a se espalhar através de recitais, saraus, apresentações, festas, shows e exposições.
Aos poucos, o grupo foi invadindo com suave intensidade os teatros, praças, hospitais, abrigos, periferia, órgãos públicos, escolas, associações, bares, restaurantes, feiras literárias, bibliotecas, museus, bienais, cidades do interior alagoano, e tantos outros locais que a imaginação possa permitir.
“É dessa forma que a Confraria: Nós, Poetas libertou de diversas gavetas e armários, livros, projetos, sonhos e tonificaram a cultura alagoana com uma resistência literária indescritível”, afirmou Proffa.
“E assim ela se faz coroar com o êxito entre boas parcerias, onde o EXISTIR, por si só, não é determinante no processo historiográfico; o FAZER é coadjuvante no processo; e o SER é a diretriz para uma ação modificadora. Isoladamente, esses componentes não se fazem perceber. Agrupados, em dueto, não se completam. A tríade, é sinônimo de ação modificadora sempre”, concluiu André.
Fonte: Matheus Cavalcanti / Eduardo Proffa
"Uma cidade que não tem memória é uma cidade sem alma. E a alma das cidades é sua própria razão de ser. É sua poesia, é seu encanto, é seu acervo. Quem nasce, quem mora, quem adota uma cidade para viver, precisa de história, das referências, dos recantos da cidade, para manter sua própria identidade, para afirmar sua individualidade, para fixar sua municipalidade." Extraído do livro Maceió 180 anos de história 5 de dezembro de 1995.