Eu me lembro de ti, velho farol,
Plantado – majestoso – na encosta
Do morro, vislumbrando o horizonte
Da nossa alagoana linda costa.
Com tua luz intensa e renitente,
Guiando embarcações constantemente,
Mostrando, assim, num lampejo só,
Em tantas noites dessa terra nossa,
A iluminada terra - Maceió!
E tu não foste apenas um farol,
Porque tu deste nome e deste vida
Ao bairro e a essa gente agradecida
Que te adotou como um rebento seu.
Mas um dia se impôs a Natureza,
Invejando, talvez, tua beleza,
E, impiedosa, quis te destruir.
Numa avalanche atroz, inconseqüente
Te enterrou ali. Mas, eternamente
A tua luz na lembrança em mim ficou!
"Uma cidade que não tem memória é uma cidade sem alma. E a alma das cidades é sua própria razão de ser. É sua poesia, é seu encanto, é seu acervo. Quem nasce, quem mora, quem adota uma cidade para viver, precisa de história, das referências, dos recantos da cidade, para manter sua própria identidade, para afirmar sua individualidade, para fixar sua municipalidade." Extraído do livro Maceió 180 anos de história 5 de dezembro de 1995.