As Zonas Especiais de Preservação foram ampliadas A valorização do patrimônio histórico em Maceió deu-se a partir do projeto de revitalização do bairro de Jaraguá. Até então, não havia setores do município engajados na preservação da memória local. A repercussão da iniciativa serviu de incentivo para que outras áreas fossem recuperadas.
As Zonas Especiais de Preservação (ZEP’s) - que até o momento se restringiam ao Centro da cidade e Jaraguá - foram ampliadas graças à implantação do Plano Diretor do Município de Maceió, em 2005. Hoje, as novas ZEP’s abrangem os bairros históricos de Bebedouro, Fernão Velho e Pontal da Barra.
As zonas de preservação delineadas pelo Plano Diretor também compreendem os valores culturais presentes nos bairros da cidade. O Patrimônio Imaterial foi criado no intuito de resgatar os núcleos culturais de natureza imaterial, reconhecidos a partir de sua relevância para a memória, a identidade e a formação da sociedade.
É composto pelos saberes e os fazeres, celebrações, formas de se expressar, entre outras manifestações. O bem imaterial pode ser encontrado em manifestações folclóricas espalhadas por todo o território maceioense, sendo as principais o coco de roda, pastoril, reisado, guerreiro, fandango e boi de carnaval.
A maior concentração de imóveis históricos no município é encontrada nos bairros Centro e Jaraguá. Nessas áreas, especialmente no centro da cidade, encontramos irregularidades que desvalorizam os prédios históricos. A mais visível delas é o excesso de publicidade, pois os letreiros geralmente escondem as fachadas dos imóveis. A cultura equivocada do “quanto maior, melhor” acaba prejudicando a preservação da memória do local.
A irregularidade na preservação e manutenção destes imóveis ainda é bastante intensa em Maceió devido à falta de conscientização dos proprietários. Os órgãos responsáveis pela fiscalização das edificações históricas não conseguem acompanhar a tempo as constantes reformas existentes nestes prédios. Já foram veiculadas matérias sobre os benefícios garantidos àqueles que preservam o patrimônio, como isenções das taxas de IPTU, alvará de construção e ISS de atividade. Mas ainda assim, tal divulgação não foi suficiente para chamar a atenção destes proprietários.
Para solucionar estas questões, já vem sendo criada pela Sempla, desde 2005, uma mini-cartilha de orientação técnica, com desenhos e informações que irão nortear aqueles que intervêm no imóvel considerado de valor histórico. O que deve preservar e o que é possível alterar. Desta forma, o proprietário saberia de antemão as orientações preliminares para a conservação dos bens históricos edificados. Como também, está em fase de conclusão a criação do banco de dados do patrimônio cultural, inserindo na primeira etapa, o patrimônio material (edificações de valor histórico) e depois com o mapeamento do patrimônio imaterial.
Esse documento está sendo elaborado em fichas de inventário com fotografias e breve descrição da edificação, que será disponibilizado pelo site da secretaria para o acesso imediato de proprietários, arquitetos, estudantes, instituições públicas e privadas, dentre outros interessados, objetivando melhor conhecimento e divulgação da história da cidade de Maceió.
O trabalho de avaliação técnica dos imóveis é feito no Setor de Patrimônio Histórico - UEM/Sempla, através da parceria com a Superintendência Municipal de Controle e Convívio Urbano (SMCCU). Quando acionados, os técnicos de fiscalização se dirigem aos imóveis para verificar os danos provocados e em seguida, atuam o proprietário. Mas nem sempre é desta forma. No momento em que as dúvidas são esclarecidas, os proprietários ficam satisfeitos e compreendem a importância da preservação, afinal, a idéia da Prefeitura não é inibir o processo, mas facilitá-lo. Várias empresas, lojas e faculdades já aderiram à preservação dos imóveis históricos. São iniciativas que mantém viva a memória da nossa cidade.
Crédito da foto: Nímia Braga
Fonte: SECOM Maceió
"Uma cidade que não tem memória é uma cidade sem alma. E a alma das cidades é sua própria razão de ser. É sua poesia, é seu encanto, é seu acervo. Quem nasce, quem mora, quem adota uma cidade para viver, precisa de história, das referências, dos recantos da cidade, para manter sua própria identidade, para afirmar sua individualidade, para fixar sua municipalidade." Extraído do livro Maceió 180 anos de história 5 de dezembro de 1995.