Por Fernando Coelho
Gazeta de Alagoas - Reportgem de capa do caderno B "CAIU NA REDE"
Carla Castellotti, 20, navega no Myspace: “eu ‘cato’, vou ‘fuçando’ e termino por descobrir umas coisas novas" Há pelo menos dez anos a qualidade da música alagoana é enaltecida pelos quatro cantos - e com razão, diga-se de passagem. Afinal, desde a virada do século o Estado viu nascer grupos e artistas pertencentes a gêneros variados e com sonoridade original e criativa. O problema é que eles sempre foram mais falados do que propriamente escutados. Como não encontram canais de veiculação adequados, bandas e compositores geralmente transitam por circuitos específicos de público e continuam a travar uma constante batalha para popularizar sua arte.
Em Alagoas, a cena começa a se movimentar. No site Aiégua (www.aiegua.com.br), parte da produção local está devidamente representada em páginas individuais que, até o fechamento desta edição, contavam com 31 grupos e artistas. Sifrão, Flávio Lima, Vibrações, Thiago Correia, Oficina 137 e Mr. Freeze, entre outros,marcam presença com fotos, releases e arquivos em MP3.
No Aiégua há também uma rádio virtual com programação alternativa na qual é possível escutar de bandas novas a antigas, como Bali e Living in the Shit.
Não é necessário cadastro para ouvir ou baixar as músicas. Mas vale lembrar que nem todas as bandas possuem arquivos musicais e algumas já estão extintas, como é o caso da TMD e do São Rock.
Navegando um pouco mais, chega-se a uma seção de vídeos extraídos diretamente do YouTube, com clipes e entrevistas. Alias, o próprio YouTube (www.youtube.com) é outro celeiro da cultura musical alagoana. Lá podem ser encontrados vídeos, clipes e trechos de shows de diversos grupos locais.
Comandado por José Ademir dos Anjos, o site Bairros de Maceió (www.bairrosdemaceio.net) tem proposta parecida. Uma rádio virtual toca até oito horas de música "made in Alagoas". De Djavan a Mopho, passando por Alphagraus, Banda de Pífanos de Marechal Deodoro, Abel dos Anjos, Altair Pereira, Cícero Flor, Cumbuca, Fernando Melo, Jacinto Silva, Gustavo Gomes e muitos outros. No entanto, diferente dos similares, a rádio on line não possibilita baixar os arquivos, apenas escutá-los.
Originalmente concebido para trazer as histórias dos bairros da capital, o sítio nasceu há três anos. A web radio Maceió funciona desde junho de 2006 e já arquiva 150 músicas. O critério é que a canção seja alagoana ou fale de Alagoas. O artista que estiver interessado em ter sua música veiculada no site só precisa enviar os arquivos para o e-mail bairrosdemaceio@gmail.com. A média diária de visitas bate a casa dos 400 cliques. Um rankíng com as 20 músicas mais ouvidas e um filtro por gênero musical auxiliam na hora de escolher o que ouvir.
Ademir dos Anjos promete incluir mais 200 músicas até o final do ano no site e sonha em ter, no futuro, uma programação ao vivo.
"Uma cidade que não tem memória é uma cidade sem alma. E a alma das cidades é sua própria razão de ser. É sua poesia, é seu encanto, é seu acervo. Quem nasce, quem mora, quem adota uma cidade para viver, precisa de história, das referências, dos recantos da cidade, para manter sua própria identidade, para afirmar sua individualidade, para fixar sua municipalidade." Extraído do livro Maceió 180 anos de história 5 de dezembro de 1995.