Juvenal Lopes, carioca de Laranjeiras, veio para Maceió ainda jovem, fixando residência no bairro do Prado. Tive a satisfação de conhecê-lo, graças à interferência de Marcondes Costa, médico psiquiatra, seu parceiro e com quem também faria parceria.
Falar de Juvenal é lembrar a sua incansável luta para registrar suas composições, o que só ocorreu em 1999, com apoio da Fundação Cultural Cidade de Maceió – FCCM, ao lançar o CD Brinquedo Acabado, ocorrido após o seu falecimento. Dentre as suas criações, destaque para: Chuva Perdida, Pisei no Lírio, Coração Teimoso, essa em parceria com Alves Damasceno e gravada por Noite Ilustrada.
A desatenção para com aqueles que têm na cultura seu projeto de vida é desalentador, além das dificuldades para registrar suas obras, nossos artistas ainda têm de buscar um espaço para comercializar, pois as lojas que poderiam prestar esse serviço, não têm interesse, a exceção é a Banca Zumbi dos Palmares, ou do Aldo, como é conhecida, onde se encontram em primeiro plano todos os CDs produzidos em Alagoas, por apenas R$ 12,00 (doze reais).
Texto: Chico Elpidio em 2009
Ouça aqui composições de Juvenal Lopes
"Uma cidade que não tem memória é uma cidade sem alma. E a alma das cidades é sua própria razão de ser. É sua poesia, é seu encanto, é seu acervo. Quem nasce, quem mora, quem adota uma cidade para viver, precisa de história, das referências, dos recantos da cidade, para manter sua própria identidade, para afirmar sua individualidade, para fixar sua municipalidade." Extraído do livro Maceió 180 anos de história 5 de dezembro de 1995.