Gastone Beltrão nasceu dia 12 de janeiro de 1950,no município de Coruripe, em Alagoas.
De temperamento calmo e doce, Gastone tinha muita facilidade para estabelecer relacionamentos e era permanentemente sensível aos problemas das pessoas pobres. Seu irmão, Thomáz Beltrão, lembra que ela costumava lhe pagar para que libertasse os pássaros que ele prendia em suas brincadeiras de criança.
Gastone estudou nos colégios Imaculada Conceição e Moreira Lima, em Maceió, mas concluiu o 2° grau no Rio de Janeiro, onde começou sua militância política, através do movimento estudantil secundarista. Voltou para Maceió em 1968 onde prestou vestibular para economia na Universidade Federal de Alagoas.
Casou-se em 1969 e logo em seguida viajou para a Europa. Também esteve em Cuba, onde recebeu treinamento de guerrilha durante alguns meses. Depois de uma rápida passagem pelo Chile, retomou clandestinamente ao Brasil.
Gastone militava na Ação Libertadora Nacional (ALN). No dia 21 de janeiro de 1972, em uma emboscada preparada pelo delegado Sérgio Fleuri e sua equipe, Gastone foi sumariamente metralhada ao reagir à voz de prisão, na Av. Lins de Vasconcelos, no Cambuci, em São Paulo. Ela tinha 22 anos.
Fontes:
Dossiê dos Mortos e Desaparecidos.
Documento do Comitê Brasileiro Pela Anistia. Secção do Rio Grande do Sul.
Documento da Comissão Mista do Congresso Nacional sobre a Anistia,
Depoimento de familiares.
PROJETO RUA VIVA
Biografia de mortos e desaparecidos políticos Alagoanos durante a ditadura Militar.
"Uma cidade que não tem memória é uma cidade sem alma. E a alma das cidades é sua própria razão de ser. É sua poesia, é seu encanto, é seu acervo. Quem nasce, quem mora, quem adota uma cidade para viver, precisa de história, das referências, dos recantos da cidade, para manter sua própria identidade, para afirmar sua individualidade, para fixar sua municipalidade." Extraído do livro Maceió 180 anos de história 5 de dezembro de 1995.