Ruas de Maceió

Informações

Tipo Logradouro: Rua
Nome Logradouro: José Beltrão de Castro Júnior
Bairro: Clima Bom
Lei Municipal: 3877 - 03/04/1989 Observação - CONJ. OSMAN LOUREIRO RUA "15"
Lei Municipal: 3877 - 03/04/1989
Observação: CONJ. OSMAN LOUREIRO RUA "15"

História

No dia 22 de outubro de 1915, no município de Coruripe-AL, nasceu José Beltrão de Castro Júnior (Zequinha), filho de José Beltrão de Castro ( a que todos conheciam por Cazuzinha) e Laura Viana Beltrão, sendo seus irmãos: Alípio, Lair, Nair, Mair e João; além de Sebastião, Maria Elza e Terezinha, estes três últimos filhos do segundo casamento do seu pai com Francisca Azevedo Castro.
          Aos 09 anos ficou órfão de mãe, e aos 17, devido ao falecimento de seu pai, assumiu o comando da Fazenda Peri-Peri, deixada por este; desde então, passou a dedicar-se à cultura da cana-de-açúcar. Cursou o primeiro grau no Liceu Alagoano e o Curso técnico de contabilidade em Recife-PE, não chegando a estudar em nenhuma faculdade. Como costumava dizer, sua universidade foi a própria vida, pois, ainda jovem, teve que lutar por sua sobrevivência.
          No dia 19 de outubro de 1935, casou-se com Cleonice Gama Lessa (Cleó), indo morar no Engenho Peri-Peri, mudando-se deste, em 1936 para a Fazenda Natal de seu sogro Macário Neto Beltrão Lessa, situada em Coruripe-AL, onde deu continuidade às suas atividades agrícolas.
          Cleó e Zequinha tiveram oito filhos: Maria Laura, José Macário (in memoria), Maria Áurea (in memoria), Maria Tereza, José Arnaldo, Maria de Lourdes, Maria das Graças e Maria José. O casal e seus oito filhos residiram na Fazenda Natal até 1953, quando foi contratado pelo usineiro Luiz Inácio Ribeiro Coutinho, para administrar três fazendas que este havia adquirido em Coruripe. Com o passar dos anos a essas três foram incorporadas mais 9 fazendas, todas prósperas produtoras de cana-de-açúcar, sob a administração de Zequinha.
          Em 1963 estas fazendas foram vendidas por seu proprietário ao usineiro Tércio Wanderley, da Usina Coruripe. Zequinha recebeu do sr. Luiz Coutinho, como forma de indenização pela administração dedicada e honesta, uma destas Fazendas, denominada Fazenda Imburi, e uma casa residencial em Maceió, no recém fundado bairro Gruta de Lourdes.
Nessa época, com os filhos José Macário, José Arnaldo e Maria de Lourdes estudando na capital e as menores já em idade escolar, sentiu a necessidade de proporcionar melhores condições de estudo a todos, motivo pelo qual resolveu trazer o restante da família para morar em Maceió.
          Paralelo às suas atividades agrícolas em Coruripe, buscando o bem-estar de todos, ocupou cargos de confiança na IBREL e na WALBREDA CONSTRUÇÔES LTDA até 1965, quando, atendendo ao convite de seu antigo colega de colégio, João Carlos de Albuquerque Filho, e do amigo Dourival Angelin Couto passou a integrar a diretoria da Associação dos Plantadores de Cana de Alagoas- ASPLANA, no cargo de 2º tesoureiro, posteriormente, vindo a ser Diretor Financeiro até 1982.
          Além do cargo ocupado na ASPLANA, foi também Diretor Financeiro do Hospital do Açúcar, Conselheiro da Cooperativa dos Plantadores de Cana de Alagoas – COPLAN, Membro do Conselho Fiscal da Federação da Agricultura do Estado de Alagoas – FAEAL, Assistente Técnico da Cooperativa Mista dos Plantadores de Cana de Alagoas – COMISPLAN, onde coordenou a montagem das máquinas misturadoras de fertilizantes, o que era pra ele motivo de orgulho.
          Como Diretor da ASPLANA até 1982, dedicou-se incondicionalmente junto aos seus companheiros de diretoria e outras lideranças da época, buscando melhorias par a classe canavieira junto aos órgãos competentes dos Governos Estadual e Federal, levando essa Associação a se tornar exemplo não apenas em Alagoas, mas em todo o Brasil e em outros países.
À ASPLANA dedicou 17 anos de sua vida com amor, sabedoria, honestidade, companheirismo e lealdade. Nas reuniões de diretoria pouco falava, deixando isso a cargo de seus companheiros – “os doutores” como costumava se referir aos demais diretores. No entanto, esse silêncio era expressado através de atitudes e ações diárias sempre voltadas para o engrandecimento da Associação, progresso e bem estar de seus associados e funcionários da entidade. Jamais esmoreceu diante das adversidades enfrentadas pela classe durante o período que foi membro da Diretoria da ASPLANA.
          Quando em 1982 deixou a ASPLANA, esta era uma Associação de classe modelo, reconhecida e valorizada por todos os segmentos da sociedade alagoana, ou melhor, brasileira. Saiu de fronte erguida, consciente da missão cumprida e certo de ter contribuído, decisivamente, para a grandeza da lavoura canavieira do Estado de Alagoas, pois soube desenvolver as atividades concernentes ao cargo ocupado até então, com galhardia, honestidade e especial dedicação junto á classe que representava.
          Sua passagem pela terra, tendo como grande aliada a sinceridade, foi marcada pela conquista de muitos amigos. Como bom folião não faltava às festas de Momo do Iate Clube Pajuçara e Clube de Paripueira.
          Orgulhava-se de sua origem , sendo sua família seu mais valioso patrimônio! Cada vitória conquistada por um de seus filhos, era comemorada com orgulho e a felicidade refletia no brilho de seus olhos, por sentir que seus esforços estavam sendo reconhecidos e valorizados por cada um e por todos.
          Cada filho era um tesouro precioso. Cada neto, uma caixinha de surpresa que lhe enchia de alegria e cujas travessuras gostava de contar aos amigos.
          Anfitrião exemplar e acolhedor, sentia um prazer ímpar em receber seus amigos; tanto em sua residência na Gruta, como na casa de veraneio na Praia de Paripueira, onde os recepcionava com o seu melhor whisky, cerveja sempre geladinha e um tira gosto especial: o famoso guaiamum cevado, criado em pneu de trator sob a goiabeira no quintal de casa, que aos domingos mais parecia um restaurante, pois além de seus amigos, lá se reuniam também os amigos dos filhos e até dos netos, naquela época ainda crianças.
          Sempre batalhando pela prosperidade de suas fazendas Imburi e Mangueira, esta última desmembrada da Fazenda Natal, adquiriu mais uma, a Santa Laura, que juntas formavam a MISAL FAZENDAS, onde cada pé de cana simbolizava sua sabedoria e seu amor à terra.
          Construiu um patrimônio digno do seu trabalho, sempre visando o bem estar de sua família, sem esquecer a prestação de assistência sócio-educacional de seus trabalhadores rurais. Foi assim, que em 1980, ano de centenário de seu pai, fundou a escola Cazuzinha Beltrão, objetivando oferecer aos filhos de seus empregados melhor oportunidade de aprendizado.
          Vale salientar que essa escola era mantida com recursos próprios, desde o salário da professora, que residia numa casa contígua à escola, até o fardamento, merenda e material escolar dos alunos.
          A estrada percorrida por Zequinha ao longo de seus 72 anos de vida terrena foi longa e sinuosa, mas a passos ora lentos, ora apressados, percorreu confiante, superando obstáculos rumo ao desconhecido e as pedras que encontrou pelos caminhos trilhados.
          Entre todos os caminhos por onde andou, o seu preferido eram os canaviais, onde sentia-se feliz, admirando o crescer das verdes folhas de suas canas balançando ao vento. Ali, cercado de verde por todos os lados, se sentia numa espécie de paraíso, onde plantava sonhos e colhia os frutos da perseverança e da prosperidade. E foi com tudo isso que nos presenteou, quando cumprida sua missão aqui na terra, no dia 25 de junho de 1988, deixou plantado no jardim de nossas vidas, a flor da saudade e do amor eterno.

Colaboração: Marcella Beltrão Bentes

Continue pesquisando, ou volte para lista de ruas de Maceió.
Bairros de Maceíó © 2002-2020

Curiosidade

Treze vezes vencedor do prêmio Notáveis da Cultura Alagoana - Prêmio ESPIA.

"Uma cidade que não tem memória é uma cidade sem alma. E a alma das cidades é sua própria razão de ser. É sua poesia, é seu encanto, é seu acervo. Quem nasce, quem mora, quem adota uma cidade para viver, precisa de história, das referências, dos recantos da cidade, para manter sua própria identidade, para afirmar sua individualidade, para fixar sua municipalidade." Extraído do livro Maceió 180 anos de história 5 de dezembro de 1995.

Top