Ruas de Maceió

Informações

Tipo Logradouro: Rua
Nome Logradouro: Luis de Almeida Araújo
Bairro: Santa Amélia
Lei Municipal: 4370 - 15/12/1994 Observação - CONJ. PARQUE DOS EUCALIPITOS RUA C
Lei Municipal: 4370 - 15/12/1994
Observação: CONJ. PARQUE DOS EUCALIPITOS RUA C

História

       


 

        Luis de Almeida Araújo nasceu em Anadia, no interior de Alagoas, no dia 27 de agosto de 1942.
        Mudou-se com a mãe, Maria José Mendes de Almeida e os 4 irmãos para São Paulo, em 1957. Os primeiros anos na cidade foram tempos difíceis. A mãe era atendente de enfermagem. Aos 11 anos, Luis já trabalhava como office-boy na loja de confecções Clipper e estudava a noite.
        Começou a participar do movimento estudantil no curso Santa Inês. Por conta disso, foi preso e torturado pela primeira vez em 1964. Em 1966, iniciou o curso de Ciências Sociais na Universidade Católica.
        Segundo Maria José, a família soube de suas atividades políticas através dos registros de suas prisões. De acordo com eles, Luiz era chefe de organização da Ação Libertadora Nacional(ALN). Em 1967 foi preso novamente. Saindo da prisão voltou às suas atividades normais. Em 1968 viajou para Cuba, de onde voltou em 1970.
        Na noite de ano novo de 1970, Maria José foi surpreendida com a visita do filho que não aparecia há bastante tempo (nesta época ele ja estava na clandestinidade). Eles comemoraram a passagem de ano juntos. Este foi o último encontro dos dois.
        No dia 16 de junho de 71 ele almoçou com sua irmã, Maria do Amparo, que também estava na clandestinidade. Mas a última pessoa a vê-lo foi Paulo de Tarso Celestino da Silva, que desapareceu logo em seguida.
        Luiz foi preso no dia 24 de junho na Av. Angélica, em São Paulo. A sua companheira, Mércia de Almeida foi obrigada a presenciar todas as torturas aplicadas em Luiz. Ela já estava grávida nesta época e Luiz morreu sem saber da existência de sua filha, Aline, que hoje mora com a mãe em Estocolmo.
        No mesmo dia em que Luiz foi preso, a família foi avisada por um telefonema anônimo. No dia seguinte começou a longa busca de Maria José por seu filho. Acompanhada do filho Manoel, ela foi até a sede da Operação Bandeirantes (OBAN). Chegaram às 18h e
só foram liberados as 02h da manhã. Manoel foi obrigado a prestar depoimentos a diferentes pessoas durante o tempo que esteve lá. Maria José teve que esperarem pé, até que Manoel fosse liberado. Dela eles foram até o DOPS, onde também não conseguiram descobrir nada. Na 2ª Auditoria Militar de São Paulo foram informados que seu filho estava foragido, vivendo na clandestinidade.
        Após inúmeras tentativas individuas, a família procurou diversos advogados, inclusive os especializados em causas de Segurança Nacional, mas nenhum esforço foi suficiente.
        Quando foi seqüestrado na Av. Angélica, Luís tinha 28 anos. Maria José nunca mais viu seu filho.

Fontes:
Desaparecidos Políticos - Prisões, Seqüestros, Assassinatos. Reinaldo Cabral e Ronaldo Lapa. 
Documento da Comissão Mista do Congresso Nacional sobre a Anistia.
Depoimento de familiares.

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Curiosidade

Treze vezes vencedor do prêmio Notáveis da Cultura Alagoana - Prêmio ESPIA.

"Uma cidade que não tem memória é uma cidade sem alma. E a alma das cidades é sua própria razão de ser. É sua poesia, é seu encanto, é seu acervo. Quem nasce, quem mora, quem adota uma cidade para viver, precisa de história, das referências, dos recantos da cidade, para manter sua própria identidade, para afirmar sua individualidade, para fixar sua municipalidade." Extraído do livro Maceió 180 anos de história 5 de dezembro de 1995.

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