Área: 1,75 Km2
População fonte IBGE: 25.303 hab. IBGE Censo de 2010
Quantidade de logradouros: 51
Pesquisa e Texto: Jornalista Jair Barbosa Pimentel
Trapiche: antiga porta de entrada de Maceió
Antigo
“caminho da vila”, o Trapiche de Barra é um dos bairros mais antigos de
Maceió. Começou com um porto na lagoa Mundaú, que transportava
mercadorias e passageiros entre a antiga capital (atual Marechal
Deodoro) e a vila, que depois transformou-se em capital da província. De
antigo, restou a igrejinha de Nossa Senhora da Guia, bem próxima ao
antigo porto, que ainda funcionava até a década de 70, quando não
existia a rodovia em demanda ao litoral Sul, passando pela ilha de Santa
Rita.
Aos poucos, o bairro foi modernizando, e transformou-se num reduto da
classe média, que construí suas casas em demanda a orla marítima,
partindo do Estádio Rei Pelé, na Avenida Siqueira Campos, que começa no
Prado e termina na Praça Pingo D’água, se constituindo numa das mais
extensas da cidade, com pista dupla e já transformada em comércio,
restando poucas residências.
Trapiche, segundo Aurélio Buarque de Holanda, é um armazém de
mercadorias importadas ou a exportar. E, foi exatamente daí, que surgiu o
nome do bairro, através de armazém de mercadorias, que chegavam da
antiga capital para serem exportadas pelo porto de Jaraguá. Da Barra,
deve-se a proximidade da barra, com o encontro da lagoa e o mar.
Até o final dos anos 50, o bairro era servido pelos bondes que
percorriam vários pontos de Maceió. Atravessava toda a extensão da
avenida Siqueira Campos. Nos anos 60, veio o progresso com a construção
do Rei Pelé “Trapichão”. Depois, o Hospital José Carneiro, o Constância
de Góes Monteiro, a Escola de Ciências Médicas, o Pronto-Socorro, e mais
recentemente o Ginásio do Sesi e o Pavilhão Multi-Eventos.
As ruas foram pavimentadas, e arborizadas, e de antigo reduto de
pescadores, o Trapiche virou um reduto de classe média da capital, a
partir dos anos 70. dezenas de ônibus levam passageiros para o Centro e
outros bairros, o acesso pode ser feito tanto pela Siqueira Campos, como
pela Assis Chateaubriand, na orla marítima.
“Trapichão” virou o cartão postal
No final dos anos 60, quando o então governador Lamenha Filho inaugurou o Estádio Rei Pelé, batizou
logo de “Trapichão”, alusão ao nome do bairro. A parti daí, o trapiche
teve um só caminho: o crescimento. Dezenas de casas foram construídas e
abertas novas ruas, nos antigos sítios de coqueiros à beira-mar. A
prefeitura foi logo providenciando a pavimentação, enquanto a Avenida
Siqueira Campos ganhava novos melhoramentos, com pista dupla e boa
iluminação.Além dos jogos do campeonato alagoano, de clubes que são
convidados especiais para jogar no Trapichão, ainda se promove lá,
desfiles escolares e outros eventos. Por muito tempo funcionava uma
movimentada boate: a Massayó, além de um hotel. O estádio recebeu
melhoramentos na administração passada, e hoje é um dos mais
confortáveis e seguros do Nordeste. lém dos jogos do campeonato
alagoano, de clubes que são convidados especiais para jogar no
Trapichão, ainda se promove lá, desfiles escolares e outros eventos. Por
muito tempo funcionava uma movimentada boate: a Massayó, além de um
hotel. O estádio recebeu melhoramentos na administração passada, e hoje
é um dos mais confortáveis e seguros do Nordeste.
Ao
lado do Trapichão, o Sesi construiu um amplo ginásio de esportes, com
capacidade parar 7 mil pessoas. Shows com artistas famosos continuam
sendo realizados lá. Atrás fica o pavilhão Multi-Eventos, para
realização de exposições.
Nome Oficial: Estádio Rei Pelé
Capacidade: 28.000
Endereço: Av.Siqueira Campos, s/nº - Maceió (AL)
Inauguração: 25/10/1970
Primeiro jogo: Seleção Alagoana 0 x 5 Santos
Primeiro gol: Douglas (Santos)
Recorde de público: 45.865 (Sel. Alagoana 0x5 Santos)
Dimensões do gramado: 110m x 75m
Comércio dá vida própria ao Trapiche
Como os demais bairros de Maceió, o Trapiche da Barra também tem seu
próprio comércio, garantindo o abastecimento da sua população. São
mercadinhos, padarias, farmácias, lanchonetes, bares, restaurantes e
outros estabelecimentos comerciais. Em dia de jogo de futebol no Rei
Pelé ou no Ginásio do Sesi, o bairro se agita. São centenas de carros
percorrendo suas ruas e avenidas e o movimento nos bares e restaurantes,
é intenso.
Por quase toda a extensão da Avenida Siqueira Campos, existem os mais
variados ramos do comércio. Numa das ruas que interligam essa avenida a
orla marítima, o bar das Ostras, um dos mais antigos e famosos da
cidade, atrai um bom publico, principalmente turistas. Outros bares,
também são bastante movimentados nos fins de semana.
Moradores das proximidades do Rei Pelé, improvisam lanchonetes ou
bares em suas casas, aproveitando o intenso movimento naquela área. Já
existem pizzarias, sorveterias e muitos bares, servindo a cerveja gelada
e tira-gosto à base de frutos do mar ou da lagoa.
Moradores mantém fé católica
Quem
se dirige ao Trapiche da Barra, logo no seu inicio, depara-se com a
Igreja matriz de São José, que simboliza a fé católica de seus
moradores. Lá são celebradas missas, casamentos, batizados e outras
cerimônias religiosas. A comunidade se reúne para discutir problemas do
bairro, procurando minimizar o sofrimento dos mais necessitados. Um
pouco mais adiante fica a capela Nossa senhora da Guia, a mais antiga do
bairro, construída no século passado, quando Maceió ainda era uma vila.
Já existem outras igrejas, mas o catolicismo ainda é o mais atuante em
meio aos seus moradores.
Em dia de festa seu padroeiro (São José), é realizada a novena e a
procissão, que percorre varias ruas. Muitos moradores do Prado (bairro
vizinho), freqüenta aquela Igreja. Na entrada do bairro, contornando a
lagoa Mundaú, outro símbolo da fé católica: a imagem da Virgem dos
Pobres, e logo depois, o famoso "Papódromo", onde o Papa João Paulo II
abençoou os alagoanos, em sua visita à Maceió.
Praça Pingo D’água é um referencial do antigo bairro
No
final da Avenida Siqueira Campos, uma pracinha simboliza os bons tempos
da tranqüilidade e romantismo do bairro do Trapiche da Barra. Era palco
de shows artísticos e comícios, além de maratonas carnavalescas. Por lá
circulavam os bondes em demanda ao Centro da Maceió e outros bairros. A
praça também era o ponto de encontro da juventude, que não tinha outra
área de lazer.
Logo depois da Pingo D’água, fica um outro largo, que servia de ponto
de encontro dos passageiros que pegavam a lancha para ir até Marechal
Deodoro. No inicio dos anos 70, quando começou o Festival de Verão, toda
concentração da juventude era naquele local. Ainda existem algumas
casas antigas, que lembram o bairro no inicio do século. Mas a maioria
já está descaracterizada ou foi derrubada para dar espaço a casas
comerciais ou mesmo residências com arquitetura moderna.
Partindo desse ponto do Trapiche, vai se chegando ao final do bairro,
com a rua Riachuelo para atingir o Pontal da Barra, margeando a lagoa, e
chegando a avenida Alípio Barbosa, uma homenagem fundador do famoso Bar
do Alípio.
Publicado em O JORNAL, Maceió, domingo, 18 de agosto de 1996.
Mapa de satelite captada no Google do bairro Trapiche da Barra e seu limite oficial
LEI N° 4.952, de 06 de janeiro de 2000. Limite do Bairro
Ponto inicial e final:
Encontro da Rua Roberto Pontes Lima com a Avenida Assis Chateaubriand.
Descrição do perímetro:
Do ponto inicial segue em linha reta prolongando a Rua Roberto Pontes Lima até a margem do Oceano Atlântico, na Praia do Trapiche. Segue por esta margem até o prolongamento da Rua Oséas Rosas. Segue pela mesma até a Rua Manoel C. de Siqueira. Continua pela Rua Manuel C. de Siqueira e logo em seguida pela Rua Riachuelo até encontrar a rua que localiza-se entre as ruas Manuel C. de Siqueira e Prof. Almeida Leite. Segue por esta última e pelo seu prolongamento em linha reta até a margem da Lagoa Mundaú. Segue por esta até encontrar o prolongamento da Rua Dr. Virgílio Guedes. Continua por esta até a Rua Cabo Reis. Segue por esta ultima e depois pela 2a Travessa Franco Jatobá até a Rua Monsenhor Luiz Barbosa. Segue pela Rua Monsenhor Luiz Barbosa e continua pela Rua Xavier de Brito até a Rua Pio XII. Desta segue até a Avenida Siqueira Campos. Daí, segue até a Rua Roberto Pontes Lima. Segue por esta até o ponto inicial, no seu encontro com a Avenida Assis Chateaubriand.
17/09/2007 - TRAPICHE DA BARRA - Várias ruas serão pavimentadas
"Uma cidade que não tem memória é uma cidade sem alma. E a alma das cidades é sua própria razão de ser. É sua poesia, é seu encanto, é seu acervo. Quem nasce, quem mora, quem adota uma cidade para viver, precisa de história, das referências, dos recantos da cidade, para manter sua própria identidade, para afirmar sua individualidade, para fixar sua municipalidade." Extraído do livro Maceió 180 anos de história 5 de dezembro de 1995.