Escolhida dentre mais de 200 artistas de vários países, a cantora Irina Costa, portuguesa nascida em Angola e radicada em Alagoas desde criança, é uma das dez finalistas do concurso musical internacional Lusavox, criado pelo governo de Portugal em parceria com várias outras empresas portuguesas para descobrir talentos musicais luso-descendentes residentes no estrangeiro.
Selecionada com a música Valsinha de Esquinas – cuja autoria é do compositor e cantor alagoano Mácleim (letra) e do compositor carioca Ricardo Duna (música), com arranjo de Félix Baigon –, Irina embarca para Portugal no próximo dia 2 rumo à cidade de Braga, onde, durante o Festival da Música, participará da grande final do concurso, no dia 12 de agosto.
“Eu fiquei sabendo do Lusavox quando faltavam pouquíssimos dias para o prazo acabar e me inscrevi na última hora”, conta Irina. “Só agora percebi a real dimensão do evento e a repercussão dele tanto em Portugal quanto nas embaixadas de vários países.”
Apoiado por nomes de peso como a cantora Nelly Furtado e a fadista Mariza, o projeto, organizado pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros em parceria com o portal Sapo, a Portugal Telecomunicações, a gravadora Valentim de Carvalho e a rede de TV RTP (que, inclusive, transmitirá o evento e pode ser vista no Brasil por assinantes de TV a cabo), dará como prêmio para o primeiro colocado a gravação de um CD.
“Um de nossos objetivos é a aposta em novos autores, compositores e intérpretes”, diz Paulo Homem, representante da Valentim de Carvalho, a maior gravadora portuguesa. “Sabemos que nas comunidades portuguesas há talentos dos quais não temos conhecimento e que dificilmente chegariam até nós se não fosse através de um concurso deste gênero”, afirma Paulo.
Realizada com votação aberta ao público pela internet, a primeira etapa do concurso atraiu mais de cinco milhões de visitas para o site do Lusavox (www.lusavox.sapo.pt), onde é possível ouvir as músicas de todos os concorrentes. Uma das favoritas entre os dez classificados, que inclui artistas de países como Estados Unidos, Índia, Alemanha, França, Canadá e África do Sul, Irina Costa, única representante da América do Sul, já recebeu mais de 60 mil votos.
“A votação online serve de termômetro de popularidade e terá um peso de 20% na decisão do júri”, explica Irina. “Apesar de considerar uma vitória ter sido selecionada, sei que ainda há um longo caminho a percorrer. De qualquer forma, estou radiante por poder representar Alagoas e o Brasil num evento deste porte. Meu sonho era ter meu trabalho ouvido em outras partes do mundo e isso já está acontecendo”, diz.
Filha de portugueses, Irina Costa nasceu em Angola, em 1975, e chegou a o Brasil ainda criança. Desde cedo revelou talento para o canto: aos quatro anos de idade já cantava com desenvoltura músicas da MPB.
Hoje, especializada na interpretação de ritmos portugueses como o fado – do qual desfila um repertório que transita entre o novo e o antigo Portugal, com canções de Amália Rodrigues, Mariza, Dulce Pontes, Zeca Afonso, Madredeus e Pedro Abrunhosa –, Irina é um dos destaques da cena musical em Alagoas e já levou a música portuguesa, por exemplo, ao Consulado Português em Recife, à abertura das exposições “As viagens Portuguesas e o Encontro com as Civilizações” – exposição em comemoração aos 500 anos - e “Destinos do fado” - do Pintor Português António Carmo, além de ter feito a abertura da homenagem prestada pelo Governo do Estado de Alagoas à Seleção Portuguesa de Futebol e ao seu Técnico Felipe Scolari.
“Um dos objetivos de meu trabalho é resgatar a tradição dos portugueses que estão fora de sua terra natal e, ao mesmo tempo, proporcionar aos brasileiros uma viagem à cultura musical portuguesa”, diz Irina. “A música Valsinha de Esquinas, com a qual fui selecionada para o concurso, não é um fado, mas me conquistou por ter o mesmo sentimento”, conta.
“O Mácleim e o Ricardo Duna a escreveram há vários anos e nunca a gravaram. Em 2004, num show que fiz com Mácleim, o Baigon me apresentou a “Valsinha” e, em janeiro deste ano, resolvi gravá-la para ter um registro meu”, diz.
“Embora eu também tenha inscrito outra música no Lusavox (“Cais”, do compositor alagoano Sóstenes Lima), fiquei muito feliz de vê-la entre as dez finalistas. As duas músicas são lindas e tiveram uma votação muito expressiva, mas, pelas regras do concurso, cada artista só pode ser classificado com uma única música.”
Ambas as canções, assim como as músicas dos demais finalistas podem ser ouvidas no site www.lusavox.sapo.pt. “É muito importante para mim que as pessoas votem na minha música no site, já que o segundo prêmio, de 5 mil euros, será dado para o artista que tiver a maior votação na internet”, afirma Irina.
Fonte: Assessoria
"Uma cidade que não tem memória é uma cidade sem alma. E a alma das cidades é sua própria razão de ser. É sua poesia, é seu encanto, é seu acervo. Quem nasce, quem mora, quem adota uma cidade para viver, precisa de história, das referências, dos recantos da cidade, para manter sua própria identidade, para afirmar sua individualidade, para fixar sua municipalidade." Extraído do livro Maceió 180 anos de história 5 de dezembro de 1995.