Caderno 2

Por, Bairros de Maceió - 21/02/2008

Karandash expõe no projeto “Mandala Cultural”

A partir desta sexta-feira, o casal de artistas Maria Amélia Vieira e Dalton Costa, proprietários da galeria, exibe suas obras ao lado dos trabalhos de artistas populares de sua coleção. Os artistas plásticos Dalton Costa e Maria Amélia Vieira levam para o projeto “Mandala Cultural”, nesta sexta-feira, seus trabalhos de pintura e escultura, juntamente com peças de artistas populares do acervo da galeria Karandash (Centro), de propriedade do casal.

Maria Amélia, 52 anos, diz que é “muito positiva” essa série de exposições abertas pelo restaurante Mandala, no centro da cidade. “Não é simplesmente um restaurante, pois a casa abriu um espaço que propõe discutir artes e cultura alagoana, que são coisas que a nossa elite esquece”, diz a artista, elogiando o projeto, que em suas primeiras edições apresentou trabalhos de Suel, Maria Corá e Lula Nogueira. “É muito bacana a idéia de levar a inteligência para o Centro. E tem a questão da boa comida, da boa arte, que são os prazeres que a gente cultiva”, afirma.

Maria Amélia reforça a idéia de transcender o espaço da “galeria fechada”, da obra de arte sair da parede de casa para ocupar os espaços públicos. “A gente tem de popularizar a arte, até porque, na Karandash, trabalhamos com artistas populares.”

O público pode esperar uma exposição eclética das obras de Maria Amélia e Dalton Costa e de parte do acervo da galeria. “A proposta é um diálogo das nossas obras, que são eruditas, com os trabalhos de artistas populares da nossa coleção”, diz Maria Amélia. “Esse projeto no centro da cidade”, afirma, “é importante porque permite que o público se familiarize com a questão da arte. Ou então ela é ignorada, as pessoas passam e não vêem e a obra não é consumida. Um restaurante que oferece uma comida elaborada e tem uma proposta de debate pode favorecer a uma observação maior da arte como produto.” Ela acrescenta, ainda, sentir falta dos artistas de outras áreas em suas exposições – um fato que, acredita, poderá ser mudado em função da versatilidade do “Mandala Cultural”, cuja proposta envolve músicos, atores e poetas. “O pessoal de Literatura, teatro, muitas vezes não visita a gente. Tenho saudade desse povo. Uma outra questão são as raízes alagoanas. Quando a gente exibe a arte popular, estamos divulgando a nossa arte genuína. Não é uma questão de ser regional, mas é que são as minhas raízes. Já morei no Rio, já expus no Exterior, mas acredito que é preciso, primeiro, conhecer a si próprio, conhecer o seu quintal para, depois, correr o mundo”, conclui a proprietária da galeria Karandash, que foi fundada em 1986, mas que, de acordo com Maria Amélia, “continua cheia de esperança”.

Além da exposição da Karandash, o “Mandala Cultural” realiza, nesta quinta-feira, show com o guitarrista Toni Augusto e o percussionista Wilson Miranda.

Mandala Cultural – Exposição de Maria Amélia Vieira e Dalton Costa e de parte do acervo de arte popular da galeria Karandash; show com o guitarrista Toni Augusto e o percussionista Wilson Miranda. A partir das 20h, no café & restaurante Mandala – Rua Barão de Maceió de Maceió, 105, Centro – tel. (82) 3223 7863 – Couvert artístico: R$ 3.

Fotos: Joana Vieira e Dalton Costa
Assessoria de imprensa Jorge Barboza
(82) 8802 8202
(82) 9315 2449

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Curiosidade

Treze vezes vencedor do prêmio Notáveis da Cultura Alagoana - Prêmio ESPIA.

"Uma cidade que não tem memória é uma cidade sem alma. E a alma das cidades é sua própria razão de ser. É sua poesia, é seu encanto, é seu acervo. Quem nasce, quem mora, quem adota uma cidade para viver, precisa de história, das referências, dos recantos da cidade, para manter sua própria identidade, para afirmar sua individualidade, para fixar sua municipalidade." Extraído do livro Maceió 180 anos de história 5 de dezembro de 1995.

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