A primeira apresentação da retomada fica por conta dos músicos do Á La Sax Quarteto
Por: Roberto Amorim Tudo na hora
À La Sax Quarteto faz a primeira apresentação do retorno do Concerto aos Domingos. Parado há quase dois anos por falta de dinheiro, o inovador projeto de música clássica, Concerto aos Domingos, volta a tocar no próximo dia 12.
A programação começa com músicos da terra. O À La Sax Quarteto se apresenta às 10h, no Salão Nobre do Instituto Histórico e Geográfico de Alagoas, na Ladeira do Brito, Centro da cidade.
Almir Medeiros, Elisio Göethe, Aldo Nicalau e Elizanbo Wandenberguer irão passear pelo repertório erudito de Bach, Fauré, Albéniz; entrar nas composições brasileiras de Pixinguinha, K-ximbinho, Nazaré e do próprio Almir Medeiros. Ainda tem o jazz de Miles Davis e Thelonious Monk.
“É o primeiro concerto de uma série que vai se estender por 12 meses, graças a parceria entre o Instituto Histórico e a secretaria estadual de Cultural. Unindo vontades, conseguimos retomar nossas atividades. Estou muito feliz”, comemora a pianista Selma Brito, idealizadora e coordenadora do projeto.
Inquieta, disciplinada e entusiasmada como sempre, ela praticamente já fechou toda a programação do ano. Na lista estão nomes de peso da música clássica, como a pianista Elyanna Caldas, o grupo Janela Brasileira, a harpista Maria Pia Toso e os pianistas André Araújo e Joel Bello Soares.
Formação de platéia
O Concerto aos Domingos, que chega a reunir 300 pessoas, mantém as principais características. Aberta ao público, as apresentações acontecem sempre às 10h da manhã do primeiro domingo de cada mês e em formato didático. Ou seja, com explicações sobre os músicos, compositores e, por exemplo, o momento certo de aplaudir sem atrapalhar a concentração dos músicos.
“Como acontecem em diversas salas do Brasil, estamos pensando, meia hora antes do concerto, fazer a interação da platéia com os músicos. Eles irão conversar sobre o repertório, instrumentos e a carreira”, adianta Selma Brito, que luta para manter o projeto de pé há quase seis anos. “Demos uma longa pausa por falta de verba, mas graças a Secult estamos de volta”.
De acordo com ela, as maiores virtudes das audições de música clássica aos domingos são a formação de platéia e acabar com o estigma de que os alagoanos não gostam desse gênero musical.
“As pessoas sentavam no chão para não perder o concerto. Nesse tempo que ficamos parados, gente de várias idades e classes sociais me perguntava quando íamos voltar. A música é universal e atinge a todos. É só ter a change e se permitir”.
"Uma cidade que não tem memória é uma cidade sem alma. E a alma das cidades é sua própria razão de ser. É sua poesia, é seu encanto, é seu acervo. Quem nasce, quem mora, quem adota uma cidade para viver, precisa de história, das referências, dos recantos da cidade, para manter sua própria identidade, para afirmar sua individualidade, para fixar sua municipalidade." Extraído do livro Maceió 180 anos de história 5 de dezembro de 1995.