Foi lançado nesta quinta-feira (18), no Jardim do Teatro de Arena, o CD Chau no Capricho, um trabalho do produtor cultural Keyler Simões, patrocinado pela Fundação Municipal de Ação Cultural (FMAC). Chau do Pife é o apelido de José Prudente de Almeida, natural de Boca da Mata que, há 35 anos, descobriu seu talento e vem vivendo exclusivamente da música.
A forma como esse talento foi descoberto é, no mínimo, curiosa. Seu pai, pequeno agricultor, plantava feijão, mandioca e milho. E sua plantação vivia sendo atacada por revoadas de pássaros. Ele, então, teve uma idéia que se provou abençoada: lançou mão de um pífano de quatro furos e ordenou ao filho Zé que ele ficasse ali, apitando bem alto, para espantá-los.
“Eu tinha que apitar muito, porque se ele pegasse algum milho comido, eu apanhava”, explica Chau. “Então, pai viu que eu tinha jeito e pegou uma taboca, fez seis furos e meu deu pra tocar”, contou. E não parou mais.
A primeira apresentação de Chau do Pife foi numa feira, em Atalaia, aos 14 anos de idade. E fez uma descoberta: “Tocando na feira eu ganhava dinheiro e passava umas quatro semanas sem ir cortar cana. Me livrava daquele serviço pesado, muito ruim, me divertia e ainda ganhava uns bons trocados”. Ao 16 anos, começou a compor.
O CD, que tem a capa concebida por Agélio Novaes e a direção musical de Irineu Nicácio, traz 12 composições: No Capricho, Memória dos Pássaros, Quebrando o Dedo, Eugênia, Minha Flor; Eu, o Pife e o Destino; Nas Curvas do Forró, Vizinho da Felicidade, Me Engana que eu Gosto, Viu!!??; Forró na Cultura, Coração de um Tocador, Vai lá pra ver se é, e Nas Asas do Beija-Flor.
“Esse é um dos papéis de um órgão oficial de cultura: no presente, prestigiar e divulgar nossos verdadeiros talentos, garantindo às futuras gerações o direito de conhecer os valores artísticos que fizeram nossa história”, comenta o professor Marcial Lima, presidente da FMAC.
Fonte: SECOM Maceió
"Uma cidade que não tem memória é uma cidade sem alma. E a alma das cidades é sua própria razão de ser. É sua poesia, é seu encanto, é seu acervo. Quem nasce, quem mora, quem adota uma cidade para viver, precisa de história, das referências, dos recantos da cidade, para manter sua própria identidade, para afirmar sua individualidade, para fixar sua municipalidade." Extraído do livro Maceió 180 anos de história 5 de dezembro de 1995.