Por: Alessandra Vieira
Editora de Cultura - O JORNAL
No dia 9 de abril, os ouvintes da Rádio Educativa que acompanhavam o programa Manhãs Brasileiras, realizado pelo radialista Edécio Lopes, foram surpreendidos com algo inusitado. O programa foi tirado do ar devido a uma determinação da Procuradoria Jurídica do Instituto Zumbi dos Palmares (IZP), que determinava a sua ilegalidade por ser apresentado por um profissional não concursado.
A partir daí, um mal-estar foi criado no meio cultural. Músicos, artistas, intelectuais, políticos, empresários, jornalistas e radialistas iniciaram um movimento de repúdio ao ocorrido. “Não podemos, simplesmente, jogar fora símbolos da nossa cultura. Não é correto tratar assim profissionais da qualidade de Edécio. Cortar o profissional do ar enquanto fazia uma entrevista foi, no mínimo, um atentado à democracia”, comentou o ex-secretário de Cultura do Estado Edberto Ticianelli.
Para o jornalista Alexandre Henrique Lino, a atitude do governo estadual mostra uma despreocupação com a história da cultura alagoana. “Edécio Lopes já faz parte do patrimônio de Alagoas e é dono de uma popularidade imbatível nas ondas do rádio”, disse. “Edécio, para mim, é mais que um amigo, é um pai. Ele representa o que há de mais puro no universo do rádio”, afirmou o músico Eliezer Setton.
"Uma cidade que não tem memória é uma cidade sem alma. E a alma das cidades é sua própria razão de ser. É sua poesia, é seu encanto, é seu acervo. Quem nasce, quem mora, quem adota uma cidade para viver, precisa de história, das referências, dos recantos da cidade, para manter sua própria identidade, para afirmar sua individualidade, para fixar sua municipalidade." Extraído do livro Maceió 180 anos de história 5 de dezembro de 1995.