Caderno 2

Por, Bairros de Maceió - 27/08/2013

EmCiscos Inspirado na obra Ciscos do artista visual Pedro Lucena.

EmCiscos envolve a parceria de diversos artistas e setores da produção cultural de Alagoas. A concepção do projeto é de Eris Maximiano e Flávio Rabelo, que também assinam juntos a encenação. Amigos pessoais de Pedro Lucena desde antes do início de sua trajetória artística, os diretores enxergaram ainda nos esboços da obra Ciscos uma potencialidade cênica que parecia pedir para se dilatar além das duas dimensões. Surge então a parceria com o Instituto Eu Mundaú que passa a ser proponente e gerenciador do projeto por ter-se encantado com seu alcance e com a forma como se alimenta e mistura, a seu modo, diferentes linguagens.
Teatro, dança, performance, instalação e intervenção urbana são algumas das fontes de um trabalho que tem na participação da plateia seu motor de condução. No elenco, Fátima Farias e Igor de Araújo da Cia. Ganymedes e Jorge Schutze da Cia. LTDA. Compõem ainda a equipe de criação do trabalho Magnun Ângelo da Cia. do Chapéu, que realizou a assistência de direção, Marcelo Marques da Ganymedes/Gato Zarolho, com os estudos de sonoridades, e a artista multimeios Renata Voss, que assina o material gráfico.
A reunião deste coletivo não seria possível sem o fundamental apoio do Programa de Cultura do Banco do Nordeste. Para além do fortalecimento das relações entre os envolvidos diretamente no processo, e o consequente desenvolvimento artístico gerado pelos desafios enfrentados, acreditamos ainda que a realização de EmCiscos se firma pela apropriação do espaço simbólico da rua, estabelecendo ecos sutis que se espalham no próprio fluxo cotidiano da cidade.
O trabalho tem suas primeiras apresentações marcadas para os dias 30 e 31 de agosto de 2013, às 17:30h, na Praça Sinimbu, Maceió/AL. Nesta ocasião participa da 8ª Edição do Festival Internacional de Dança em Paisagens Urbanas - Visões Urbanas. Haverá ainda nesta primeira temporada mais oito apresentações tanto em Maceió, como em cidades do interior do Estado de Alagoas.
 
Ficha Técnica
Concepção e Encenação: Eris Maximiano e Flávio Rabelo
Elenco: Fátima Farias, Igor Araújo e Jorge Schutze
Assistência Direção: Magnun Ângelo
Cenografia e Figurinos: Eris Maximiano
Assistência de Execução de Cenografia e Figurinos: Arnaldo Ferju, Kleise Maria e Valéria Monteiro.
Sonoridades: Marcelo Marques
Material Gráfico: Renata Voss
Ilustrações: Pedro Lucena
Projetor Móvel: Fábio Stasiak
Assistência de Produção: Fátima Farias
Produção: Ane Oliva
Realização: Instituto Eu Mundaú
Patrocínio: Programa de Cultura Banco do Nordeste / BNDES / Governo Federal

Contatos:
Eris Maximiano - Diretor - (21) 8120.6461 - eris.maximiano@gmail.com
Flávio Rabelo - Diretor - (19) 8185.4508 - flaurabelo@gmail.com
Ábia Marpin - Comunicação - (82) 9659.9242 / 8854.9382 - abia.arte@hotmail.com

Infos:www.facebook.com/EmCiscos

O que vê quem vê o seu tempo, o sorriso demente do seu século? (...) contemporâneo é aquele que mantém fixo o olhar no seu tempo, para nele perceber não as luzes, mas o escuro. Todos os tempos são, para quem deles experimenta contemporaneidade, obscuros. Contemporâneo é, justamente, aquele que sabe ver essa obscuridade, que é capaz de escrever mergulhando a pena nas trevas do presente.
Do ensaio "O que é o contemporâneo" de Giorgio Agamben

Além da sensibilidade da obra CISCOS, o que nos inspirou foi o fluxo do processo criativo onde Pedro (o Lucena) se inseriu para criá-las. O ‘circuito criativo’ se inicia na própria natureza, na diversidade da Ilha do Ferro, no sertão Alagoano. Elementos esquecidos desta natureza se redimensionam pelo olhar e ação precisa dos artistas locais, que com poucas intervenções criam seres intensamente expressivos com o que eram restos. O que vimos foi Pedro dar continuidade a essa expressão e, ao olhar às figuras, foi como se ao pé do nosso ouvido elas perguntassem: Quem somos? O que estamos fazendo aqui? O desafio de criar possíveis respostas para elas capturou nosso desejo criativo e tudo que fizemos desde então foi desistir de resistir a ele.
Foi preciso mergulhar nas trevas do presente, deslizando o olhar pela possibilidade de encontrar o obscuro do não dito; do que apenas se insinua sem contornos tão claros. Procurar cavar neste obscuro o material de nossa recriação constante, agindo entre ele; para, assim, deslocar pequenas dimensões dessa massa informe através da luz direcionada pela criação. Como nos rituais de passagem, onde o desenho das ações e a intensidade na forma de realizá-las estabelece uma trilha por onde seres se transformam. Será carnaval?

Flávio Rabelo e Eris Maximiano

Sobre Flávio Rabelo
Doutorando no Instituto de Artes da Unicamp com o projeto: Cartografia do Invisível: paradoxos da expressão do corpo-em-arte; com orientação de Renato Ferracini. A sua pesquisa integra o projeto Temático Memória(s) e Pequenas Percepções, desenvolvido pelo LUME teatro, com coordenação de Renato Ferracini e Suzi FranklSperber. Possui graduação em Licenciatura em Artes Cênicas – Teatro, pela Universidade Federal de Alagoas (UFAL - 2006) e mestrado em Artes pela Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP - 2009). Há vinte anos atua nas artes cênicas, tendo começado sua trajetória em Maceió-Al, onde trabalhou como diretor de teatro e arte educador em escolas de segundo grau e na Universidade Federal (UFAL); além de ter desenvolvido projetos de oficinas livres de teatro e projetos especiais para não-atores em ONGS ligadas a comunidades carentes e Instituições em Alagoas. Entre 2007 e 2012 participou do projeto internacional Hotel Medea [2009 – Temporada no ArcolaTheatre/Londres; 2010 - Festival Tempo, temporada Oi Futuro/Rio de Janeiro e LIFT Festival/Londres; 2011 - Edinburgh Fringe Festival/Edimburgo (Projeto vencedor do “The Herald Angel AwardWinner” como melhor espetáculo, e indicado ao prêmio da revista inglesa TOTAL Theatre Magazine na categoriainovação  na  Artes  Cênicas); 2012 – Temporada na Hayward Gallery/South Bank/Festival ofthe World, Londres]. Atualmente integra o Cambar Coletivo (cambarcoletivo.com), onde pesquisa cartografias, derivas e jogos como procedimentos para criação de um campo coletivo de criação. Trabalha como performer, ator, dramaturgo e encenador. Tem experiência nas áreas das Artes Cênicas e Visuais, com ênfase em Teatro e Performance, atuando principalmente em: arte educação, encenação, atuação, treinamento, pesquisa e produção cultural.


Sobre Eris Maximiano
Produtor cultural, iluminador e designer com foco na área de cenografia, direção de arte e iluminação desenvolve projetos na área de espetáculos cênicos desde 1995. Em seu currículo, os espetáculos de dança “Descarga”(2000); “Quase tudo sobre quase nada”(2001) e “Ouro azul”(2002), sob direção de René Guerra e “Nigrum”(2002), da Companhia Maria Emília Clark, e a performance “Chão de Graça”(2003), dirigida por Flávio Rabelo. No teatro assina a direção de arte de “Versos de um Lambe Sola”(2007), da Associação Teatral Joana Gajuru e “O Breu da Caçupemba”(2012) da Cia.Fulanos Ih! Sicranos. É responsável pela direção de arte para o show de lançamento do CD “Verbo Livre”, de Fernanda Guimarães, Sala de Som Records/RJ; gerência de produção do espetáculo "Devassas - O que as mulheres gostariam que fizessem com elas na cama"; coordenação de produção do espetáculo anglo-brasileiro “Hotel Medea”, da Zecora Ura Theatre Network, que se apresentou no OI Futuro Flamengo, em 2010, no Rio de Janeiro, no Festival de Edimburgo na Escócia em 2011, tendo participado como performer do Festival ofthe World, no SouthBank Centre, em Londres/Reino Unido, em 2012. Como trabalhos mais recentes estão o Desenho de Iluminação para o show musical “Mémória da Flor”, do alagoano Junior Almeida, e a Direção de Arte dos espetáculos “Baião de Dois”, do Coretfal e “Tchuplin – O mistério para salvar o Ponto Azul” da Associação Teatral Nega Fulô.

Sobre o Festival Visões Urbanas
O festival Visões Urbanas é um encontro artístico tendo a dança como foco principal de sua programação. Criado em 2006, pelos artistas/pesquisadores Mirtes Calheiros e Ederson Lopes, o festival já contou com artistas de vários estados do Brasil e diversos países: Portugal, Espanha, França, Argentina, Uruguai, Turquia, EUA, Cuba, Alemanha, Bélgica e Itália.
Visões Urbanas integra a rede de festivais CQD – cidades que dançam /www.cqd.infoconectando São Paulo a diversas cidades: Lisboa, Barcelona, Valparaíso, Manchester, Genova, Rioi de Janeiro, Zurich, Havana, Alegrete, entre outras.
Realizado tradicionalmente na cidade de São Paulo, o Festival Visões Urbanas estende suas atividades e chega agora a Maceió, de 28 a 31 de agosto. A extensão do Festival foi conveniada com a Funarte através do edital de Demanda Espontânea do Ministério da Cultura com o objetivo de expandir horizontes e integrar novos produtores de performances urbanas.
Mais informações: http://www.visoesurbanas.com.br/




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Curiosidade

Treze vezes vencedor do prêmio Notáveis da Cultura Alagoana - Prêmio ESPIA.

"Uma cidade que não tem memória é uma cidade sem alma. E a alma das cidades é sua própria razão de ser. É sua poesia, é seu encanto, é seu acervo. Quem nasce, quem mora, quem adota uma cidade para viver, precisa de história, das referências, dos recantos da cidade, para manter sua própria identidade, para afirmar sua individualidade, para fixar sua municipalidade." Extraído do livro Maceió 180 anos de história 5 de dezembro de 1995.

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