A Avenida Fernandes Lima (Bairro: Farol — Maceió — AL),
07:30 da manhã.
Na Avenida Fernandes Lima.
Tudo parado
(carros, transportes coletivos e motos).
Tudo atravancado, nada anda.
08:30 da manhã.
Estamos no mesmo ponto. Parados.
No transporte coletivo,
pessoas: suam, falam, discutem, discordam...
e o trânsito parado.
Buzinas impacientes,
que deixam as pessoas sem paciência.
09:30 da manhã.
O sol esquenta, alguém desliga o som do carro.
Desligo, voo livre, nos pensamentos,
so, acompanhado pela obesidade,
a hipertensão e a diabetes.
Desligo, tento não ligar,
minhas mãos suam,
provando que estou vivo.
10:30 da manhã.
Andamos uns cem metros.
Penso, para que serve veículos?
11:30 da manhã.
Chego ao trabalho,
o chefe com cara de poucos amigos.
12:00 da manhã
Terminou o primeiro expediente,
não quero retorna para o trânsito.
Só comprando um veículo, qual?
Já sei: uma ambulância
ou um carro da polícia,
são os únicos que tem transito livre
neste trânsito parado.
"Uma cidade que não tem memória é uma cidade sem alma. E a alma das cidades é sua própria razão de ser. É sua poesia, é seu encanto, é seu acervo. Quem nasce, quem mora, quem adota uma cidade para viver, precisa de história, das referências, dos recantos da cidade, para manter sua própria identidade, para afirmar sua individualidade, para fixar sua municipalidade." Extraído do livro Maceió 180 anos de história 5 de dezembro de 1995.