Adeus Bebedouro, meu berço de sonhos, adeus meus sonhos planejados em teu solo, lembrança levarei de ti! Um dia quem sabe a ti, voltarei!
Vislumbrou Bebedouro as tuas águas, Mundaú, que também vislumbrei! Tudo simplesmente ficou para trás, como um sonho que rapidamente passeou em mim!
A tantos ofertasse o sustento, e com o suor dos teus filhos te ergueram, e da lama negra o sururu era retirado, e Bebedouro se alimentava!
Das tuas águas hidratavam com vida, tropeiros, e seus burrinhos que também te saboreava os teus sabores, e seguia viagem. Que do Tabuleiro todos desciam, e em ti Bebedouro, se refrescavam!
Também em ti procriei minha cria, e nasceu em mim todo amor por ti! Meu respeito ilustre Bebedouro de histórias e tradições dos folguedos que, em outrora, suas festas nos animavam!
Em tua matriz (Bebedouro), nosso “Santo” amigo faz morada. Antônio de Pádua a 13 de junho sempre será ovacionado, teus filhos te clamaram em busca dos milagres que pela fé darás a graça!
A tristeza é real quando em ti, Bebedouro; estou a pensar. Durante décadas da minha janela te vi serenar, teu cheiro bem próprio da lagoa às madrugadas vinhas nos saldar!
Seus honrados moradores sempre fervorosos sabem que irá reagir Bebedouro. O tempo só foi deteriorando tuas edificações. O descaso provocado foi longe demais. Tua história herdada do sítio da capelinha não será agora com todo esse caos, que desaparecerá! Em nós, o teu suspiro estará bem presente com nossa eterna esperança!
"Uma cidade que não tem memória é uma cidade sem alma. E a alma das cidades é sua própria razão de ser. É sua poesia, é seu encanto, é seu acervo. Quem nasce, quem mora, quem adota uma cidade para viver, precisa de história, das referências, dos recantos da cidade, para manter sua própria identidade, para afirmar sua individualidade, para fixar sua municipalidade." Extraído do livro Maceió 180 anos de história 5 de dezembro de 1995.