O prefeito de Maceió, Rui Palmeira, estuda com a Procuradoria Geral do Município que medidas jurídicas serão adotadas para garantir a reparação às perdas sofridas pelos moradores dos bairros Pinheiro, Bebedouro e Mutange. O relatório apresentado nesta quarta-feira (8) pelo Serviço Geológico do Brasil (CPRM) aponta a atividade de mineração como a principal responsável pelos problemas na região.
“Foi divulgado o tão esperado relatório da CPRM, que apontou como causa dos problemas nos bairros a mineração, que é operada pela Braskem. Já estou, com a Procuradoria do Município, trabalhando nas ações que vamos entrar contra a empresa, buscando ressarcimento para os moradores e também para os cofres públicos”, destacou o prefeito.
Além das medidas jurídicas, o prefeito já articula reuniões em Brasília com os órgãos de fiscalização da atividade de mineração para buscar soluções para os problemas. “Nós sabemos que a responsabilidade da atividade de mineração, da fiscalização deste tipo de atividade, é da União e por isso, já estamos solicitando uma série de agendas em Brasília, olhando para a frente, buscando os próximos passos para minimizar e resolver os problemas dos bairros Mutange, Bebedouro e Pinheiro. A Prefeitura de Maceió continuará trabalhando nessa região, mas claro, precisamos de toda ajuda neste momento”, disse Rui Palmeira.
O secretário-adjunto especial da Defesa Civil, Dinário Lemos, acompanhou a audiência pública onde foi apresentado o relatório da CPRM e vai iniciar os trabalhos para que todas as medidas que garantam a integridade da população sejam adotadas. “A gente recebeu agora este relatório e ele veio cheio de mudanças e novidades, e aponta como causas a exploração do sal-gema. Vamos agora ver o novo mapa de risco e saber qual a determinação deste mapa, que área precisa ser evacuada, que área pode permanecer habitada, quais os limiares de chuva, para garantir a segurança da população. Então, a gente vai sentar com a Defesa Civil Nacional e a CPRM para que possa saber que medidas devemos adotar”, explicou.
Segundo o Serviço Geológico do Brasil, o estudo, que durou cerca de um ano, contou com uma grande integração de dados, o que possibilitou o que eles avaliam como sucesso de resultados. “Essa integração foi fundamental para a visão ampla de todos os processos e acredito que foi um sucesso, pois mostrou que as cavernas têm problemas de estabilidade, que elas estão se movimentando e cujo reflexo é o que se ver hoje lá no bairro Pinheiro”, enfatizou o geólogo Jorge Pimentel, coordenador executivo da CPRM.
A CPRM destacou a importância da análise interferométrica, que permitiu o entendimento sobre a deformação do terreno e apontou para a continuação do monitoramento. “Nós estamos contratando um novo monitoramento, isso deve acontecer agora, a partir de 2019/2020, para que a gente tenha noção exatamente se o processo tende a se estabilizar ou a avançar. Então, a interferometria vai ser fundamental para que a gente tenha uma tendência de comportamento do terreno. Com base nisso, vai ser possível propor medidas de consolidação geotécnica, que é tentar reduzir o movimento para que o bairro volte à normalidade, se possível. Senão, outras medidas terão que ser tomadas”, completou o geólogo.
Com a apresentação do relatório, a Prefeitura de Maceió cobra participação de todos os poderes para, juntos, encontrar soluções que minimizem o problema da população. “É importante entender que a partir de agora, as providências terão que ser tomadas de forma mais célere, com a ajuda nacional e todos os envolvidos, com um único planejamento. Isso porque, até então, tudo tinha sido feito com a Prefeitura de Maceió meio solitária no processo, a não ser pelos estudos técnicos e o apoio do recurso da ajuda humanitária. Mas agora seremos mais um com responsabilidade e compromisso de minimizar o sofrimento desse povo, cobrando do Estado a sua participação mais efetiva e coordenação do governo federal”, disse o secretário Municipal de Governo, Eduardo Canuto
A CPRM disponibilizou o relatório do estudo sobre a instabilidade do terreno nos bairros e a apresentação destes estudos feita durante a audiência pública:
Estudo sobre a Instabilidade do Terreno nos Bairros Pinheiro, Mutange e Bebedouro
Apresentação Estudo na Audiência Pública
Flávia Duarte e Flávia Farias/ Foto: Marco Antônio / Secom Maceió
"Uma cidade que não tem memória é uma cidade sem alma. E a alma das cidades é sua própria razão de ser. É sua poesia, é seu encanto, é seu acervo. Quem nasce, quem mora, quem adota uma cidade para viver, precisa de história, das referências, dos recantos da cidade, para manter sua própria identidade, para afirmar sua individualidade, para fixar sua municipalidade." Extraído do livro Maceió 180 anos de história 5 de dezembro de 1995.