Notícia

Por, Bairros de Maceió - 26/08/2019

TABULEIRO - Bomba do Gonzaga: chega ao fim mais de 70 anos de história

Grupo farmacêutico assume comércio em ponto histórico do Tabuleiro

O ano de 2019 marca o fim de um dos postos de combustíveis mais antigos e tradicionais de Alagoas – a famosa Bomba do Gonzaga. Mais que um posto, o local era a maior referência do bairro Tabuleiro do Martins em Maceió.

A esquina na Durval de Góes Monteiro, caminho para o histórico bairro de Fernão Velho, trazia consigo uma marca inconfundível. Ganhou tanta expressão que linhas de ônibus, locais e interestaduais, utilizavam a expressão “Via Bomba do Gonzaga”. Moradores da região ao serem perguntados “onde você mora?”, comumente respondiam: “entrando na Bomba do Gonzaga”. Uma referência instintiva e emblemática.

A história da tradicional bomba de combustível começou na década de 40 do século passado. Em 1941, durante a segunda guerra mundial, a empresa aérea Panair do Brasil decidiu construir um novo aeroporto na parte alta de Maceió. Já existia um da Air France instalado onde hoje é o DER, na descida para Satuba. A Panair, então, resolveu utilizar um terreno na cercania de Rio Largo.

Este aeroporto foi inaugurado no ano de 1943 e imediatamente ocupado por tropas americanas que instalaram no local uma base de balões dirigíveis para patrulhar a costa alagoana. Vários galpões foram erguidos no local para acomodar os soldados e as oficinas.

A região passou a ganhar importância militar surgindo mais um grande investimento: a pavimentação asfáltica da ‘Estrada do Jacutinga’, que passou a se chamar ‘Estrada Fernandes Lima’. Junto ao pavimento veio o comércio, e um dos primeiros negócios foi a venda de combustíveis para automóveis, nascendo então a Bomba do Gonzaga.

O proprietário fundador foi José Gonzaga de Almeida, natural de Coqueiro Seco, que desde jovem trabalhava como balconista em Fernão Velho. Estabeleceu-se como comerciante no Tabuleiro do Martins para vender querosene. Nos anos 40 conseguiu a representação dos combustíveis da Shell e consolidou seu empreendimento.

Mais de setenta anos depois, o que efetivamente acabou não foi um posto de combustível ou um simples comércio. Finda-se, na verdade, um marco histórico do bairro do Tabuleiro, o qual exercia função semelhante a que os faróis exercem para os navegantes.

Assim sucumbe parte de uma bela história. No local, ao invés de combustíveis, remédios serão comercializados. Contudo, por muitos anos ainda, a inesquecível Bomba do Gonzaga permanecerá na memória coletiva e, por muitos anos também, seu nome continuará sendo referência para aquela região, onde ainda muito se ouvirá dizer: “entrando na Bomba do Gonzaga”.

*com informações da página História de Alagoas

Fonte: Folha de Alagoas Por: Cicero Filho

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Curiosidade

Treze vezes vencedor do prêmio Notáveis da Cultura Alagoana - Prêmio ESPIA.

"Uma cidade que não tem memória é uma cidade sem alma. E a alma das cidades é sua própria razão de ser. É sua poesia, é seu encanto, é seu acervo. Quem nasce, quem mora, quem adota uma cidade para viver, precisa de história, das referências, dos recantos da cidade, para manter sua própria identidade, para afirmar sua individualidade, para fixar sua municipalidade." Extraído do livro Maceió 180 anos de história 5 de dezembro de 1995.

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