Projeto prevê novo reordenamento na região do mercado
A remoção da Central de Abastecimento de Alimentos (Ceasa) da região do mercado abre novas perspectivas de atividades para o bairro da Levada. Mais do que isso, pode se desenhar um novo perfil para a comunidade que cresceu no entorno da principal atividade local: o comércio de alimentos no rastro das novas definições estruturais e de ocupação de um dos bairros mais antigos da capital.
As tendências e possibilidades têm ocupado as atenções de profissionais e estudantes de arquitetura, sobretudo da área de planejamento urbano. Na Universidade Federal de Alagoas (Ufal), alunos da disciplina Projeto de Urbanismo, do curso de arquitetura, se debruçaram sobre mapas e diagnósticos a respeito da Levada, para traçar projetos considerando, principalmente, aspectos como ocupação dos espaços públicos, mobilidade, cotidiano, identidade cultural e segurança.
Atividades devem ser diversificadas
Um dos aspectos mais surpreendentes que os estudos já apontam, é de que a Levada não deve perder sua movimentação comercial com a saída da Ceasa. Pelo contrário, a tendência mostrada é de que essa vocação pode até aumentar, tendo como sustentação o fato de que um terminal de transbordo é sempre um fator agregador de comércio.
O que pode acontecer, na opinião da professora Regina Coéli, é uma mudança no tipo de produto.
Com saída da Ceasa, Levada pode voltar a ser bairro nobre
A escolha da região da Levada para os estudos da disciplina Projeto de Urbanismo, segundo as professoras da Universidade Federal de Alagoas (Ufal) Regina Coéli e Taís Normande, ocorreu por causa do momento de transição na região, com a saída da Ceasa.
Num primeiro momento, os alunos fizeram um diagnóstico sobre os problemas urbanos e as potencialidades do bairro, observando questões como infra-estrutura, saneamento, desenvolvimento socioeconômico, recursos ambientais e ocupação do solo. “A Levada era um bairro nobre. Tem um passado histórico rico. A Praça Emílio Maia era o point de Maceió. No bairro tem comércio e tem trabalho, mas ao mesmo tempo tem uma camada da população extremamente pobre, que não conseguiu nada disso”, avalia Regina.
Potencialidades são ressaltadas em projeto
A planta idealizada pelos universitários Fernanda Cortez, Nikael Rocha, Laryssa Fernandes, Evelise Didoné e Kallyne Sofia parece a cidade dos sonhos, com lances de Primeiro Mundo. Provavelmente, ficará apenas no desenho. “É uma área de muitas potencialidades. Próximo da praia, da lagoa, do Centro da cidade e com um comércio ativo. Já pensou tudo isso organizado para um melhor aproveitamento turístico, mantendo as características do lugar?”, indaga a estudante Fernanda Cortez.
O grupo considerou fundamental a valorização do pedestre por causa da característica e do perfil econômico do bairro.
Fátima Almeida - Repórter
Fonte: gazetaweb.com
"Uma cidade que não tem memória é uma cidade sem alma. E a alma das cidades é sua própria razão de ser. É sua poesia, é seu encanto, é seu acervo. Quem nasce, quem mora, quem adota uma cidade para viver, precisa de história, das referências, dos recantos da cidade, para manter sua própria identidade, para afirmar sua individualidade, para fixar sua municipalidade." Extraído do livro Maceió 180 anos de história 5 de dezembro de 1995.