Maceió em Verso & Prosa

Maceió - Linda Maceió !

Maceió – exuberante Maceió!
Sua imagem ficou na minha retina,
tal qual  acolhedora e cativa a sua gente.

Olho o seu céu,
Diviso a suas terras,
Vejo a luz de sua  lua,
Admiro o seu sol,
Observo a sua gente,
Encanto-me com a sua sinuosa praia de M.

Pesquiso a sua história,
A trajetória do seu passado vibrante,
A luta denodada de sua raça,
Os grandes galpões da exportação do açúcar,
Os homens dos seus negócios com o exterior.

E vejo o seu pomar imenso de frutas mais saborosas,
E o encanto dos tabuleiros
Com jaca, caju, manga, pinha, banana, pitanga, sapoti, graviola, mangaba, abacaxi, cajá e acerola.

E seus artistas que se atiram no mercado,
As suas canções,
Os seus forrós,
A sua comida,
A sua gente acolhedora em todos os sentidos.

E vejo, vetusto,
Os seus centros culturais,
A sua grandeza de tradições no folclore brasileiro,
A sua ânsia voraz pela presença marcante no contexto do país.

E vejo as pessoas simples,
O operário,
O industrial,
O comerciante,
O artista nato que expõe a sua criação.

E vejo, na orla marítima,
Ao vento que sopra,
As pequenas barcaças que balançam no mar,
Ao pescador queimado pelo sol,
Ao filho desta terra gentil,
Um mesmo sentido de vida – uma amor por Maceió,
Um acendrado carinho por Alagoas – mãe dileta.

Ah! Lagoa Mundaú e Manguaba!
Oh! Paraíba do Meio!
Fabuloso complexo estuário que nos assombra a cada momento.
Diviso águas abundantes, do salgado e do doce.
Águas imensas que sacodem e nos convidam para a meditação.

Nesta resplandecente Alagoas
vejo um Arthur Ramos,
Um Aurélio Buarque de Hollanda,
Um Graciliano Ramos,
Um Florentino Dias,
Uma Nise da Silveira,
Um Jorge de Lima,
Um Floriano Peixoto,
Uma Virgínia de Moraes,
Um Pontes de Miranda,
Um Marechal Deodoro da Fonseca,
Um Cacá Diegues,
Um Zumbi dos Palmares,
Um Mário Jorge Lobo Zagallo,
Um Djavan Caetano Vieira, o Djavan do Meu Bem Querer.
Um Levo Ivo,
Um Teotônio Brandão Vilela,
Um Teotônio Vilela Brandão,
Um Dom Avelar Brandão Vilela,
Uma Marta  Vieira da Silva, a Marta do futebol.

E o cheiro desta terra amada,
Ainda me conduz a figuras de
Um Breno Acioli,
De um Guimarães Passos,
De um Lourenço Peixoto,
De um Estácio Lima,
De um Severino Fonseca,
De um Elísio de Carvalho,
De um Estevão Pinto,
De um Théo Brandão,
De um Octavio Brandão,
De um Jorge Cooper,
De um Ledo Ivo,
De um Melo Moraes,
De um Paulo Gracindo,
De um Dom Matheus,
De um Alberto Passos
De um Arnon de Mello, 
De um Floriano Peixoto.

E Maceió Capital me invade a alma e me conduz pelos coqueirais.
Percorro, atento, perplexo ante a beleza fantástica do Farol,
de Jatiúca,
de Levada,
de Pajuçara,
de Ponta Verde,
de Pontal da Barra,
do Riacho Doce,
do Tabuleiro do Martins,
do Trapiche da Barra
e sigo... sigo... interminavelmente.

E vejo Maceió de luzes,
de ruelas,
de casas vistosas,
de simples construções,
de edificações que me levam ao passado.
E passeio pelo Museu Histórico e Geográfico de Alagoas,
E conheço o Museu da Imagem e do Som,
E me delicio com o Museu do Esporte.
E o magnífico Memorial Pontes de Miranda,
O Memorial Teotônio Vilela,
O Museu Theo Brandão,
O Museu Pierre Chalita,
O Museu de Arte Brasileira,
O Museu da História Natural
E me quedo, boquiaberto,  na Casa da Palavra.

E quantos... e quantos... que me enchem os olhos
E, em aplausos, vejo a grandeza de um povo.

E paro para uma tapioca,
Uma água de coco
E um forró pé-de-serra.

E vejo Maceió de suas águas,
Novamente olhando o  Mundaú e  o Manguaba,
do mar azul e verde,
das praias límpidas e brilhantes:
um encanto sem igual.

Maceió tem algo de espiritual
que o digam Ledo Ivo e Octavio Brandão
um não sei o que de cativo,
que nos envolve a alma.

Nossa Senhora dos Prazeres,
Nossa Senhora do Rosário dos Pretos,
Nossa Senhora da Guia,
Nossa Senhora do Livramento,
Nossa Senhora da Mãe do Povo,
Bom Jesus dos Martírios,
São Gonçalo do Amarante,
Que nos cobrem, que nos dá luz,
Mostrem-nos os Engenhos de Açúcar,
Indiquem-nos o Petróleo,
Falem-nos dos que taparam os alagadiços dessa Maceió,
E onde estão os  índios tupis.


Canto Maceió das ONGs atuantes
(como “Graciliano é uma Graça”),
Maceió do alcaide executivo,
Maceió dos Edis intrépidos,
Maceió do judiciário  justo-justícimo,
Maceió dos Gloriosos CRB e CSA,
Maceió da FAL e FAMA,
Maceió da UFAL e FEJAL,
Maceió da CET-ALAGOAS
Maceió da CEFET e SEUNE.

Maceió, Linda Maceió.
Olho, perplexo e admirado,
O seu Mercado Velho e tradicional,
E  as suas Feiras de Artesanato,
Dos labirintos, dos filés e das rendas de bilro.
Vejo as suas imagens de cerâmica e madeira,
As blusas, vestidos e saias,
Colchas, fronhas e toalhas.
Enfim o trabalho de gente da capital e do interior
- artesãos de grandeza e de talento.

O visitante entusiasta,como eu,
que lhe percorre as avenidas,
recebe uma brisa que fala ou sussurra,
talvez um não sei o quê de espiritual.

O apaixonado pela sua história, como eu,
que conversa com as pessoas,
que visita os seus centros culturais,
que vê a sua gente belíssima,
que experimenta a sua culinária,
que envolve com a sua dança,
que aprecia os frutos do seu imenso pomar,
se deixa embalar pela emoção do seu “M” praieiro.

Maceió é linda;
Maceió é distinta de outras cidades;
Maceió é de uma espiritualidade colossal;
Maceió é terra de gente boa e receptiva;
Maceió tem enigma;
Maceió tem pureza e grandeza;
Maceió tem algo espiritual;
Maceió ficou no meu coração
Assim como o Mundaú e a eterna ALAGOAS.

Midi - Maceió de Lourival Passos

Bairros de Maceíó © 2002-2020

Curiosidade

Treze vezes vencedor do prêmio Notáveis da Cultura Alagoana - Prêmio ESPIA.

"Uma cidade que não tem memória é uma cidade sem alma. E a alma das cidades é sua própria razão de ser. É sua poesia, é seu encanto, é seu acervo. Quem nasce, quem mora, quem adota uma cidade para viver, precisa de história, das referências, dos recantos da cidade, para manter sua própria identidade, para afirmar sua individualidade, para fixar sua municipalidade." Extraído do livro Maceió 180 anos de história 5 de dezembro de 1995.

Top