Maceió em Verso & Prosa

Estrela Radiosa, o trem!

Lá vem, “Estrela Radiosa”, saindo da central, Maceió! Cortando no horizonte com destino a Lourenço, no balançar e outro, pessoas a transportar no velho e bom trem!
Estação lotada. Mercado. Bom Parto. Pessoas sobem, pessoas descem. Mutange. Bebedouro. Pessoas cansadas, pessoas pensativas, alegres, pessoas atentas às suas paradas!
Lá vai o trem, apitando fumegante sobre os trilhos no entardecer do crepúsculo. Estrela Radiosa, beirando a Mundaú que traz em suas águas, seus mistérios, rumando a Sururu de Capote, Goiabeiras e Fernão Velho, próximas paradas!  
ABC, Rio Novo, destino certo. Escola Agrícola, Satuba, parada rápida, lá vai o trem entre os canaviais e o deslumbrar do pôr do sol a perder de vista. Pertinho, Utinga dos Leões. Usina, moendas a todo vapor. Gustavo Paiva, lá vou eu!
Já ouço o apito do Estrela Radiosa, seus velhos vagões a deslizarem sobre os trilhos, conduzindo-nos com valentia, disputando ainda seu espaço com os modernos veículos leves sobre os trilhos, lá vai o trem!
Piuiii, piuiii, piuiii...Anuncia sua chegada a Rio Largo, pessoas descem direto e vão ao mercado para garantir a carne fresca! E, assim segue sua sina, transportar pessoas, Estrela Radiosa, o trem!
Lourenço de Albuquerque, destino final. Estação pronta para sua volta. Começa tudo outra vez. Destino, Maceió! Lá vai o trem, Estrela Radiosa, todo faceiro a serviço de um povo sempre alegre, no dia a dia a labutar!
Histórias de muitos, sempre a contar. Vendedores, seus produtos gritam: “olha o flau, olha água mineral, olha o picolé, dona mulher, olha a pipoca...” e, assim, faz seu dia, levando para casa, o sustento dos trilhos a se orgulhar!
O trem já vai partiiir, o trem já vai partiiir, grita o condutor! Piuiii, piuiii, piuiii. Apita na estação o velho e bom trem. Já está partindo, já está partindo, grita mais uma vez o condutor, Partiiiu...!

Bairros de Maceíó © 2002-2020

Curiosidade

Treze vezes vencedor do prêmio Notáveis da Cultura Alagoana - Prêmio ESPIA.

"Uma cidade que não tem memória é uma cidade sem alma. E a alma das cidades é sua própria razão de ser. É sua poesia, é seu encanto, é seu acervo. Quem nasce, quem mora, quem adota uma cidade para viver, precisa de história, das referências, dos recantos da cidade, para manter sua própria identidade, para afirmar sua individualidade, para fixar sua municipalidade." Extraído do livro Maceió 180 anos de história 5 de dezembro de 1995.

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