O DIA EM QUE DEUS CRIOU ALAGOAS
Escrevi certa vez que Deus, além de brasileiro, era alagoano. Em verdade, não se cria um Estado com tanta beleza, sem cumplicidade. Sou capaz de imaginar o dia da criação de Alagoas. Ô São Pedro, pegue o estoque de azul mais puro e jogue dentro das manhãs encarnadas de sol; faça do mar um espelho do céu polvilhado de jangadas brancas; que entardecer sangre o horizonte; que aquelas lagoas que estávamos guardando para uso particular; coloque-as neste paraíso. E tem mais, São Pedro: Dê a esse Estado um cheiro sensual de melaço e cubra os seus campos com verdes dos canaviais. As praias... Ora, as praias deveram ser fascinantemente belas, sob a vigilância de ativos e fieis coqueirais. Faça piscinas naturais dentro do mar; coloque um povo hospitaleiro e bom e que a terra seja fértil e a comida típica melhor do que o nosso manjar. Dê o nome de ALAGOAS e a capital pela ciganice e beleza de suas noites, deverá chamar-se MACEIÓ e a padroeira Nossa Senhora dos Prazeres.
"Uma cidade que não tem memória é uma cidade sem alma. E a alma das cidades é sua própria razão de ser. É sua poesia, é seu encanto, é seu acervo. Quem nasce, quem mora, quem adota uma cidade para viver, precisa de história, das referências, dos recantos da cidade, para manter sua própria identidade, para afirmar sua individualidade, para fixar sua municipalidade." Extraído do livro Maceió 180 anos de história 5 de dezembro de 1995.